O reality show Big Brother Brasil chegou ao fim, mas novas estratégias foram adotadas para aumentar a audiência que vinha caindo nas edições anteriores. A entrada de famosos cantores, atores e influenciadores ajudou a gerar um grande volume de mídia espontânea na internet e garantir o sucesso desta edição.

Assim como no jogo, nos negócios também é preciso criar estratégias e buscar a melhor performance para atingir os objetivos. Com isso, o especialista em marketing de produto, Gustavo Ruchaud, selecionou algumas lições estratégicas para as empresas que desejam alavancar os negócios em e-commerce.

Ele nos apresenta três dicas que relacionam as estratégias do programa com o ambiente de negócios: Planejamento, Parcerias e Propósitos.

1. Planejamento (de verdade)

Três personagens pontuaram no quesito planejamento de imagem no programa, Bianca Andrade, Manu Gavassi e Pyong Lee. Eles utilizaram as redes sociais para integrar a comunicação durante o programa. A Manu apostou no planejamento realmente aprofundado. A atriz e cantora gravou 130 vídeos antes de entrar no programa para que a equipe publicasse em datas programadas. Com roupas e discursos alinhados (a participante criou uma marca de si como fada sensata), os vídeos foram publicados nos momentos certos, gerando milhões de interações e seguidores.

Dica para o e-commerce: a vida imita o BBB. O seu negócio necessita de um planejamento sólido e de longo prazo. O empreendedor que não sabe onde quer chegar, não vai chegar a lugar algum. Estabeleça metas e meios para cumprí-las e monte um cronograma. Preocupe-se também com a comunicação da empresa, ela é um meio para acelerar o crescimento do negócio. Se seu e-commerce é do segmento de moda, invista no Instagram ou se é uma consultoria especializada, invista no Linkedin. Caso seu negócio seja pequeno e local, invista em mídias físicas (panfletos, carros de som). O importante é entender os canais que mais se adequam às suas ofertas e objetivos, e ser consistente nas mensagens.

2. Parcerias têm valor (literalmente)

Se tem uma coisa que o BBB ensina bem é como se relacionar com outras empresas. De acordo com a Tun Ad, ao longo dos 10 minutos em que a ação da Havaianas foi exibida no programa, a procura pela empresa nos buscadores e site da marca aumentou 2000% em relação aos minutos imediatamente anteriores à ação. Só na noite de estreia, 21/01, as ações das cinco principais patrocinadoras do programa, Americanas, Burger King, Claro Faculdades Anhanguera e PicPay, renderam mais de R$ 255,7 milhões à Globo.

Dica para o e-commerce: assim como o BBB consegue garantir em uma noite 255% do valor do prêmio final em patrocínio, você também pode conseguir - mas não é simples. Parcerias envolvem, principalmente, pesquisa e mapeamento. A relação tem que ser estratégica e benéfica para a imagem da sua empresa e isso quase nunca significa rentabilidade no curto prazo. O ideal é manter desde o início relações estratégicas com fornecedores aliados, porém ao atingir uma maturidade, o negócio necessita de parcerias importantes, entre elas influencers, marcas maiores que a sua, portais publicitários e jornalísticos. Lembre-se de selecionar aquelas marcas que comunicam princípios com os quais a sua marca também se identifique, para somar em vez de dividir.

3. Propósitos são importantes (desde que verdadeiros)

Seja a influencer, Rafa Kalimann, com as ações humanitárias na África e fé inabalável ou o ator, Babu, com luta antirracista, os dois chamaram atenção ao oferecer mais conteúdo que a maioria dos participantes. A Rafa passando óleo ungido no Felipe Prior e a aula do Babu sobre a origem da palavra “negro” foi amplamente compartilhada nas redes sociais e imprensa. Aqui não depende se você concorda ou não, e sim, o quanto de identificação você gera com o propósito que você compartilha.

Dica para o e-commerce: uma das estratégias de branding (manutenção de marca) adotadas por grandes empresas como a Netflix - site de filmes e séries através de stream - é planejar desde cedo a comunicação da empresa, entendendo com clareza seus valores e transmitindo-os com firmeza para gerar identificação com seus públicos. A Netflix tem um gênero, idade e personalidade, o que chamamos de persona de marca. Entra em embates na internet e até briga com fãs por causa de filmes que não estão no catálogo do stream. Essa é uma das estratégias de construção de marca que você pode utilizar, desde que seja com intenções verdadeiras; o público percebe quando é apenas fachada. Além de garantir o fluxo do seu e-commerce, humanize a sua empresa para que ela se destaque das outras. A comunicação de uma marca com seus públicos deve ser cada vez menos uma fala, e cada vez mais uma conversa: falando, ouvindo a reação e respondendo de acordo. Empresas que não são engajadas, nessa década, deixam de ser donas da própria história e ficam reféns daquilo que os outros têm a dizer sobre elas, o que pode trazer todo tipo de problema.