Startup: modelo de negócio cresce em Londrina

Descarte a tábua com sulcos que além de denunciar a falta de higiene, já prova que está bem passadinha. A faca de cabo quebrado, reconheça, ela já fez um bom trabalho a vida toda e dá sinais de que ao invés de bom cortes, luta contra o tempo. E se você ainda corre no tanque de pedra para deixar o fio das facas tinindo de bom, repense seus conceitos: além de sagrado, o alimento pode ser preparado com mais bom gosto, funcionalidade e acredite, até beleza.

Oferecer utilidades para o cotidiano é a proposta da Yuze. Afiadores, facas de titanium, abridores de garrafa e até o melhor moedor de pimenta e sal do Himalaia estão no mix de produtos da startup. À frente do negócio, o engenheiro mecânico Guilherme Eiras, que em relação ao livro "Da Ideia ao Bilhão" admite: "Pensar grande e pensar pequeno dá o mesmo trabalho. Nossa empresa é estruturada para o crescimento com o mínimo de investimento e para atingir o máximo de resultado. Um exemplo, desenvolver um software para um usuário tem o mesmo custo para que 10 mil pessoas o utilizem", observa.

Com um mix de 35 produtos que incluem ainda acendedores de churrasqueira, Eiras destaca que seu principal cliente é a Suíça. "Tudo o que fazemos já existia, mas com diferencial". O efeito "uau" ao qual Eiras se refere faz de utensílios, objetos de desejo. Ao todo, a empresa gera oito empregos diretos e toda uma indústria que inclui designers, equipe de produção, fábricas com 100 trabalhadores e sua gestão inclui desenvolvimento, administração e logística. Com feeling e alinhada aos anseios do cotidiano, a Yuze foi premiada em 2018 no 32º Prêmio de Design do Museu da Casa Brasileira, graças ao design do afiador de facas da Yuze , vendido em mais de 20 países. Ficamos encubados na UEL (Universidade Estadual de Londrina) de 2015 a 2017. Deixar a encubadora é parte do processo e, com metas, passamos a andar sozinhos".

BART: PANDEMIA IMPULSIONOU PROCESSOS DIGITAIS

Criada em 2016, a Bart Digital é uma empresa que oferece soluções tecnológicas para financiamento de crédito agrícola. "Nosso trabalho é ser uma plataforma de créditos e ativos agrícolas. Assim, com o mínimo de burocracia, mas seguindo toda a legislação, permitimos que o credor agrícola tenha segurança em relação a seus recebíveis e dessa maneira podemos tornar o processo mais rápido". É o que explica a fundadora e CEO da empresa, a advogada Mariana Bonora.

A plataforma geradora de recebíveis representa uma segurança jurídica para quem procura a Bart. Tão forte como significativo, o nome da startup foi inspirado em uma modalidade de operação de financiamento, a Barter. O termo vem do inglês e significa permutar. A prática consiste em fazer esse tipo de negociação antes da colheita para usar os insumos necessários e, então, efetuar o pagamento com os produtos obtidos na lavoura. A ferramenta já é bastante utilizada no Brasil desde 1990.

Bonora explica ainda que sua história é um pouco diferente. "Criamos produtos periféricos para chegar à tese inicial. A assinatura eletrônica, a integração com cartórios já eram serviços oferecidos e nos adiantamos às necessidades do mercado. Quando fomos atingidos pela pandemia, o processo eletrônico tornou-se essencial e acelerou a digitalização de financiamentos e dessa forma a crise teve um efeito muito forte de impulsionar os processos digitais". Acerca do crescimento da empresa, Bonora expõe: "Mais que uma métrica financeira, focamos em resolver problemas, temos um feedback muito positivo e sentimos que estamos no caminho certo".