O Manoel é gerente de negócios de uma empresa de locação de veículos. Seu pai tem uma antiga e confiável oficina mecânica. O Manoel conversou com o diretor e conseguiu a aprovação prévia para enviar todos os carros em manutenção à oficina do pai.

Este cenário parece perfeito. Mas, na verdade, não é.

Por trás do comportamento do Manoel esconde-se um conceito importante que não está sendo considerado na situação exposta. Chama-se ‘conflito de interesses’.

Vou explicar. Existe conflito de interesses sempre que questões profissionais, financeiras, familiares, políticas ou pessoais exercem poder de interferir diretamente no julgamento ou na decisão das pessoas ao agirem dentro de organizações de qualquer natureza.

Toda empresa tem pessoas em vários níveis hierárquicos. Se cada profissional começar a agir com base em seus interesses próprios e não nos objetivos primários da corporação – sua missão –, o conflito de interesses poderá arruiná-la.

No caso que estamos tratando, não se trata de o diretor ter autorizado a operação de manutenção. O que está em jogo é a honestidade do Manoel.

Não haveria problema algum se uma licitação ou concorrência entre oficinas mecânicas capacitadas tivesse sido aberta com o fim de eleger aquela que oferecesse os melhores serviços a preços e critérios que beneficiassem a locadora.

A expressão é forte, mas tem que ser dita: é questão de honestidade, e não de autorização do diretor. Se depois de todas as exigências, o processo de seleção apontasse para a oficina do pai do Manoel, então tudo estaria perfeito. Mas enquanto existir o conflito de interesses, não está bem, por mais que se queira.

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A opinião do colunista não reflete, necessariamente, a da Folha de Londrina.

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