PROFISSIONALIZAÇÃO - Cursos técnicos em alta
PUBLICAÇÃO
domingo, 14 de setembro de 2014
Marian Trigueiros<br>Reportagem Local
Explodiu, nos últimos meses, o número de propagandas em outdoors nas ruas e meios de comunicação sobre a oferta de vagas gratuitas do Programa Nacional de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec). Há opções, inclusive, em instituições privadas de ensino. Isso porque o governo federal tem investido maciçamente em ações para ampliação do acesso ao ensino profissional, como a modalidade Formação Inicial e Continuada (FIC) e cursos técnicos. O Pronatec já alcançou mais de 4,6 milhões de alunos desde o lançamento, em 2011. E a meta do governo é ousada: dobrar o número de matrículas até o final deste ano.
No Pronatec são oferecidos cursos gratuitos nas escolas públicas federais, estaduais e municipais, nas unidades de ensino do Senai, Senac, Senar e Senat, em instituições privadas de ensino superior e de educação profissional técnica de nível médio. Em geral, são oferecidos dois tipos de cursos: técnicos de maior duração, que variam de um ano e meio a dois anos, e de qualificação profissional de curta duração, que vão de dois a três meses até seis meses. Tudo isso funciona, basicamente, em três eixos: ensino técnico para quem está cursando o ensino médio; oportunidade de qualificação profissional para o jovem ou o adulto que procura melhor formação e cursos para as pessoas cadastradas no programa Brasil sem Miséria.
Não falta opção para quem se interesse em se qualificar para o mercado de trabalho por meio do programa. Há cursos nas áreas da indústria, comércio, agricultura e transporte. Os de curta duração mais procurados são os de operador de computador, eletricista, instalador predial, costureiro, pintor, pedreiro, mecânico, desenhista, soldador, torneiro mecânico, auxiliar administrativo, recepcionista, operador de caixa. Já no curso técnico, de maior duração, os mais procurados são os de mecânica, eletrônica, eletrotécnica, agrícola, movimentação de cargas, segurança do trabalho, informática, enfermagem, radiologia, logística, edificações e automação industrial.
A forma de ingresso varia de instituição para instituição - cada uma tem inscrições e critérios próprios para seleção dos participantes no Pronatec. Há, ainda, como ingressar por meio do Sisutec, sistema de acesso a vagas na forma subsequente - para quem concluiu o ensino médio - e para candidatos participantes do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Mas, além do programa, há possibilidade de realizar um curso técnico nos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia e nos Serviços Nacionais de Aprendizagem - como o Senai e o Senac, além de algumas universidades federais tecnológicas.
Segundo o diretor do campus de Londrina da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR), Marcos Imamura, o curso técnico é mais indicado para quem, de imediato, não pretende fazer um curso superior e necessita de qualificação. "É uma forma mais rápida de capacitação para atuar no mercado de trabalho, independentemente da idade e se já trabalha ou não", explica. Para ele, a estimativa de empregabilidade para quem faz um curso técnico, hoje, é maior que na graduação comum. "Depende da demanda do mercado, mas a oferta de empregos no nível intermediário (técnico) é maior em função da necessidade de mais trabalhadores no aspecto operacional de qualquer empresa." Atualmente, a UTFPR Campus Londrina oferece somente cursos superiores.
Já o diretor de ensino, pesquisa e extensão do Instituto Federal do Paraná (IFPR), Ricardo Töws, diz que há uma demanda reprimida na área técnica para o desenvolvimento do País. Por isso, aponta ele, existe hoje essa grande oferta de vagas. De acordo com ele, na instituição, há três modalidades de cursos técnicos: o concomitante ao ensino médio, em que o jovem estuda em uma escola e faz o curso técnico em outro período; o subsequente pós-médio, para quem já terminou o ensino médio; e o integrado, com ensino médio e técnico ao mesmo tempo e com duração de quatro anos. "Teremos um processo seletivo em setembro em que serão disponibilizadas mais de 300 vagas. Os cursos na instituição são totalmente gratuitos", salienta, lembrando que 70% das vagas são destinadas a cotas sociais.