Práticas ESG estão em 95% das empresas brasileiras
Empregos verdes e certificações impulsionam a sustentabilidade e alinham organizações às exigências ambientais e sociais
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 03 de fevereiro de 2025
Empregos verdes e certificações impulsionam a sustentabilidade e alinham organizações às exigências ambientais e sociais
DINO/ Folhapress

As práticas sustentáveis conquistam cada vez mais espaço no mundo empresarial. O relatório do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae) "ESG: Pequenos empresas, negócios sustentáveis", na página três, revela que, entre 178 líderes de empresas de diferentes portes e startups no Brasil, 95% adotam ações de sustentabilidade, enquanto 68% afirmam perceber benefícios diretos dessa cultura em seus negócios.
ESG é a a sigla em inglês para Environmental, Social and Governance, que significa "Ambiental, Social e Governança". O conceito ESG é usado para avaliar o desempenho de uma empresa em relação a esses três pilares.
O relatório também aponta, na página dez, que 46% das organizações consideram o aspecto social o mais relevante para seus negócios, reforçando a importância da adoção de práticas sustentáveis. Nesse contexto, ganha destaque a necessidade de investimentos em preparação, treinamentos e certificações, uma vez que a falta de acesso à informação permanece um obstáculo, especialmente para pequenas empresas. Na página nove, o documento revela que, no estado de São Paulo, de 100 pequenas e médias empresas, 25% ainda possuem pouco conhecimento sobre a agenda ESG.
Nessa cultura, os empregos verdes representam uma oportunidade estratégica para impulsionar a sustentabilidade, unindo desenvolvimento econômico e proteção ambiental. Esses postos de trabalho estão ligados a setores e atividades que promovem a preservação do meio ambiente e a redução das emissões de carbono, alinhando-se às crescentes demandas empresariais por qualidade e responsabilidade sustentável. De acordo com o relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT) "Empregos Verdes: trabalho decente em um mundo sustentável e com baixas emissões de carbono", na página três, essas ocupações abrangem uma ampla gama de perfis profissionais, competências e níveis educacionais.
Segundo Daniel Maximilian Da Costa, fundador e CEO do Latin American Quality Institute (LAQI), as empresas precisam compreender que a busca pela sustentabilidade deixou de ser uma escolha e se tornou uma necessidade estratégica para alcançar excelência e qualidade. Ele enfatiza que, nesse contexto, as certificações desempenham um papel crucial ao validar e reforçar esse compromisso.
"As certificações representam o ponto de partida para empresas que desejam se antecipar às demandas do mercado e construir uma organização pautada pela Responsabilidade Total. Um exemplo é a LAQI Q-ESG Certification, uma ferramenta que auxilia líderes empresariais a se prepararem e implementarem uma estrutura interna que incorpore a biodiversidade e outros aspectos relacionados à sustentabilidade", conclui.
LOGÍSTICA REVERSA: PRODUÇÃO MAIS SUSTENTÁVEL
A logística reversa, prática que retorna os produtos após o consumo para reciclagem, tem ganhado destaque no cenário brasileiro. Com o aumento da conscientização ambiental, o setor deve continuar em alta, com impactos já sentidos no meio ambiente e na economia.
Sistemas de rastreamento avançados, inteligência artificial e automação são apenas algumas das ferramentas que estão mudando o setor, melhorando a eficiência operacional e aumentando a transparência e a rastreabilidade dos produtos.
De acordo com dados da Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe), uma em cada quatro cidades brasileiras não possui coleta seletiva. Ao todo, são 1.425 municípios. A reutilização de materiais, aliada à redução de resíduos descartados em aterros, contribui diretamente para diminuir a extração de recursos naturais e as emissões, alinhando o país às metas climáticas globais.
"Por meio da reciclagem, os resíduos são destinados de forma adequada, evitando que sejam descartados de maneira irresponsável e prejudicial ao meio ambiente. Além disso, o reaproveitamento permite a extensão do ciclo de vida dos produtos, reduzindo a necessidade de extração de recursos naturais", enfatiza Vininha F. Carvalho, economista, ambientalista e editora da Revista Ecotour News & Negócios.
Com regulamentações mais rigorosas e metas climáticas ambiciosas, a logística reversa ganhará mais relevância nos próximos anos. No Brasil, a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS)determina que sejam retirados do meio ambiente, no mínimo, 22% de todo o volume gerado pelo ciclo produtivo.
"O setor, além dos benefícios ambientais, também gera emprego e renda. A coleta, separação e comercialização dos recicláveis envolvem diferentes etapas que demandam mão de obra qualificada. Dessa forma, a reciclagem contribui para a economia local e a inclusão social", conclui Vininha F. Carvalho.

