Incubadora de Empresas da UEL abre oportunidades de trabalho

Uma boa ideia também pode ser uma boa oportunidade de trabalho e renda. É isso que a um grupo de alunos de 1º e 4º ano dos cursos de Medicina Veterinária e do 2º ano de Zootecnia da Universidade Estadual de Londrina (UEL) descobriu durante uma visita técnica à Agência de Inovação Tecnológica (AINTEC) da UEL. A atividade faz parte das aulas de Extensão Rural e Extensão em Medicina Veterinária, ministradas pelo professor Lucas Araújo, e teve como objetivo apresentar aos estudantes o universo da inovação e do empreendedorismo. “A iIdeia foi apresentar a esses alunos novas perspectivas profissionais que eles podem ter a partir do mundo da inovação e do empreendedorismo”, comenta.

Araújo destaca que a Universidade também precisa ter esse papel de apresentar e abrir novos caminhos para os profissionais que forma. “A inovação e o empreendedorismo são segmentos que nem sempre são vistos como oportunidades. Muita gente se forma acreditando que não conseguir um emprego com carteira assinada, está fadado ao fracasso”, diz. O professor afirma que sempre diz aos seus alunos ser “muito importante criar oportunidades do que esperar que elas cheguem até você. Essa é a gênese da inovação e do empreendedorismo, ir atrás de seus sonhos e objetivos.”

Durante a visita técnica, os estudantes puderam conhecer dois projetos abrigados dentro da Incubadora de Empresas de Base Tecnológica da UEL (Intuel), que é uma das quatro unidades da AINTEC. Segundo o coordenador da Inutel, Thiago Spiri, o objetivo da incubadora é apoiar os empreendedores a desenvolver suas ideias e colocá-las em prática. “Os projetos incubados aqui podem ser de desenvolvimento de produtos, serviços ou de processos. E a incubadora auxilia no desenvolvimento da tecnologia, além de apoio na área administrativa, abertura de CNPJ, abertura de contas, precificação, como falar com o cliente, por exemplo”, explica. A incubadora também auxilia na captação de recursos por meio de editais de fomento não reembolsável.

Spiri afirma que a Intuel abriga atualmente 13 empresas incubadas, que atuam em diversas áreas, como biotecnologia, agro, heath techs, internet das coisas, inteligência. O coordenador explica que os projetos podem ser apresentados por pessoas da comunidade interna da UEL (alunos, professores, servidores) e também por qualquer pessoas, acima de 16 anos, da comunidade externa. Ele afirma que podem ser projetos na modalidade residente, que utiliza as instalações da agência, bem como não residente, podem receber a consultoria e todo apoio estando em qualquer lugar do mundo, com atendimento online.

24 ANOS DE ATUAÇÃO

Em 24 anos de atuação como incubadora internacional, a Intuel já abrigou mais de 150 projetos. O coordenador afirma que a taxa de sucesso desses projetos incubados é de 25%. “Temos 37 projetos estão funcionando como empresas até hoje. Algumas foram compradas, feitas aquisições, mas todas ainda em atividade”, conta.

A Intuel pode ser uma oportunidade para quem está em busca de uma oportunidade de trabalho. “Aquela pessoa que não consegue um emprego e tem uma boa ideia, pode colocá-la no papel e transformá-la numa oportunidade de trabalho. Pode ser um novo serviço, um novo produto”, comenta. Spiri diz que a pessoas pode ser tanto o dono do novo negócio, que é o empreendedor empresário, ou, como ele explica, um spin-off, que apresenta um projeto e faz parceria com outra empresa ou até vende seu projeto para outro empresário.

Os alunos que participaram da visita técnica tiveram a oportunidade de conhecer dois projetos incubados pela Intuel. Um deles é o RF Nutrição Animal, do professor Rafael Carvalho e dois sócios. Eles enxergaram no mercado a oportunidade de desenvolver um produto voltado para a alimentação de répteis que são adotados como animais de estimação. “A ideia foi desenvolvida com suporte do centro de estudos na UEL e percebemos que tinha potencial de mercado, e então participamos do edital para pleitar uma vaga na AINTEC e agora estamos incubados na Intuel desde o final de 2023”, comenta.

O outro projeto apresentado aos estudantes foi o desenvolvido pela empreendedora Ana Paula de Souza, que desenvolve de produtos bioativos voltados para o bem-estar animal. Ela conta que, inicialmente, trabalhava com bioativos naturais para humanos, como óleos essenciais, em uma outra empresa que ela ainda mantém, a Natu-me.

A partir dessa empresa, ela identificou o potencial de mercado de bioativos também no mercado veterinário. “Inicialmente a ideia era desenvolver para equinos, depois que alunos aqui da UEL, sugeriram essa ideia. Mas como o apoio do curso de Medicina Veterinária e Zootecnia, identifiquei o potencial de mercado na pecuária de leite”, conta. E a partir dessa ideia ela buscou a Intuel, mesmo antes de conseguir ter o projeto aprovado para incubação. “Participava dos treinamentos e só depois consegui ser aprovada no edital para ingressar na incubadora”, comenta.

A estudante do 4º ano de Medicina Veterinária, Lara Arantes, disse que participar da visita técnica à AINTEC lhe abriu novos formas de pensar o mercado de trabalho após se formar. “Durante a faculdade a gente tem muito a ideia de que depois de formada, vamos trabalhar como CLT para uma clínica ou para uma grande empresa. Mas essa visita mostrou um novo caminho que não imaginava, uma nova perspectiva se abre após concluir a universidade”, afirma.

A INTUEL está com edital aberto para seleção de novos projetos até sexta-feira (15). Mais informações podem ser obtidas pelo fone (43) 3371-5812.