Algumas pessoas trabalham exatamente com o que sonharam desde a infância. Outras seguem a carreira dos pais - movidas também por uma paixão que ultrapassa gerações. Há também profissionais que somam as tendências do mercado a dons - como os experts na área de tecnologia. Ter opções para escolher um caminho é um conforto e todos passam pelo período de decisão profissional. E essa é apenas uma, diante de tantas escolhas na vida.

As escolas por sua vez já entendem que não devem tratar do assunto apenas na 3ª Série do Ensino Médio e a escolha da carreira profissional não deve acontecer da noite para o dia. O estudante precisa passar por um processo de conhecimento e de maturação. Por isso, é primordial as escolas já falarem do assunto desde cedo e não deixarem para dar atenção ao tema apenas na 3ª série do Ensino Médio. Tratar do assunto em cima da hora pode gerar uma escolha equivocada por parte do estudante.

A Elite Rede de Ensino realiza o “Projeto Carreiras” que tem como propósito apresentar aos estudantes as inúmeras possibilidades de profissões para que eles possam buscar respostas diante das suas incertezas. Neste projeto, os estudantes selecionam graduações existentes dentro das quatro áreas de conhecimento adotadas pelo Enem (Linguagens, Ciências da Natureza, Matemática e Ciências Humanas), pesquisam as características do curso e realizam uma exposição, chamada “Feira de Carreiras”, contemplando alguns itens como: universidades que oferecem o curso, principais atividades, oferta de trabalho e salário médio.

“A intenção não é que, ainda na 1ª série do Ensino Médio, o estudante opte por um curso de graduação, mas que tenha a oportunidade de conhecer e de se familiarizar com as diversas áreas do conhecimento possíveis de serem seguidas”, explica Leonardo Meneguini, coordenador do Ensino Médio do Elite.

Feira de Carreiras apresenta aos alunos diversas profissões e suas peculiaridades
Feira de Carreiras apresenta aos alunos diversas profissões e suas peculiaridades | Foto: Divulgação

Na 2ª série do Ensino Médio, os alunos adquirem uma visão global e diversificada sobre as instituições de ensino superior que contemplam os cursos de seu interesse, bem como fomentam a comparação entre as universidades, o estudo dos diferentes currículos, estruturas e outros aspectos relevantes na escolha para o ingresso na faculdade.

Os estudantes conhecem os processos seletivos referentes às universidades escolhidas, incluindo olimpíadas científicas e aplicações no exterior, diferenças curriculares de um mesmo curso nas instituições escolhidas para comparação. Por exemplo, o curso de economia da UFRJ se assemelha a um curso da área de ciências humanas, ao passo que na FGV, a mesma graduação se aproxima da matemática aplicada. Assim são explicadas as diferenças estruturais, explicitando os diferentes polos ou unidades que a universidade possui.

APP SouTec AUXILIA NA ESCOLHA PROFISSIONAL

O Governo Federal, por meio do Ministério da Educação (MEC), lançou recentemente o aplicativo SouTec, que auxiliará estudantes na escolha do futuro profissional, com foco no ensino tecnológico e profissional. A ferramenta foi desenvolvida pela Secretaria de Educação Profissional e Tecnológica (Setec), do Ministério da Educação (MEC), em parceria com redes de ensino.

O aplicativo foi criado para auxiliar os estudantes e demais cidadãos na escolha de cursos técnicos e pode ser baixado de forma gratuita nas lojas de aplicativos, ele auxilia os estudantes que estão nos anos finais do ensino fundamental e iniciais do ensino médio na escolha do futuro profissional. O app possui questões que avaliam as preferências relacionadas a atividades de trabalho e, após a análise desses dados, apresenta um resumo e um relatório completo explicando qual é o perfil profissional do estudante.

Na ferramenta, ainda é possível personalizar as buscas utilizando critérios como a localização em que o curso é ofertado, de acordo com a distância do local informado pelo usuário. Durante o acesso, que pode ser realizado mesmo sem conexão com a internet, é possível “favoritar” as opções e as instituições prediletas.

Com o aplicativo, ao realizar o teste, o estudante responderá 72 questões que avaliam suas preferências. Não é necessário responder todas as perguntas de uma vez. O estudante pode parar quantas vezes quiser e continuar de onde parou. Quando terminar, terá acesso a um resumo e a um relatório completo explicando qual é o seu perfil profissional. (Com informações do Ministério da Educação)

Experiência como aprendiz deve oferecer atividades compatíveis

Trabalhar em uma empresa legalmente é uma forma de compreender, na prática, como é uma profissão. As vagas ofertadas para aprendizes são uma oportunidade e tanto para quem almeja essa experiência. O advogado do escritório De Paula Machado, André Luiz Navarro, explica detalhadamente essa política de cotas, como se dá a contratação e o principal objetivo da atividade é a inclusão no mercado de trabalho.

"O Brasil adota a política de inclusão de jovens aprendizes (Lei 10.097/2000) ao mercado de trabalho. Com base na legislação de cotas as empresas estão obrigadas a contratar aprendizes para compor o seu quadro funcional. A lei também determina que os estabelecimentos de qualquer natureza são obrigados a empregar e matricular nos cursos dos Serviços Nacionais de Aprendizagem número de aprendizes equivalente ao percentual de 5% no mínimo dos trabalhadores totais, cujas funções demandem formação profissional, conforme Classificação Brasileira de Ocupações do Ministério do Trabalho (CBO).

A idade estabelecida para enquadrar-se como aprendiz é definida pela lei como sendo de 14 a 24 anos. A lei garante ao aprendiz o salário mínimo hora, com jornada de trabalho máxima de 6 horas diárias (divididas entre teóricas e práticas) e contrato com duração pelo prazo limite de dois anos.

O contrato especial de aprendizagem prima pela formação técnico-profissional metódica compatível com o desenvolvimento físico, moral e psicológico do aprendiz, devendo ser registrado em CTPS e frequentar a instituição de ensino. A finalidade da legislação é a inclusão dos jovens no mercado de trabalho bem como a formação de futuros colaboradores para que possam eventualmente integrar o quadro funcional das empresas após a capacitação técnica específica de cada profissão.

Além da questão social, de inclusão e de cidadania imprescindíveis ao Estado de Direito, o não cumprimento deliberado da legislação substantiva sujeita a empresa ao risco de aplicação das sanções (como autuações e multas) pelos órgãos administrativos de fiscalização (Ministério do Trabalho e Emprego), assim como de ter de enfrentar eventuais Ações Civis Públicas promovidas pelo Ministério Público do Trabalho perante a Justiça."

André Navarro, advogado: contrato de aprendizagem deve primar pela  formação técnico-profissional  compatível com o desenvolvimento físico, moral e psicológico do aprendiz
André Navarro, advogado: contrato de aprendizagem deve primar pela formação técnico-profissional compatível com o desenvolvimento físico, moral e psicológico do aprendiz | Foto: Divulgação