Barbara de Moraes comercializa camisas com estampas originais pelo site "Escapiário"; discos, filmes e a cultura brasileira inspiram as criações da designer
Barbara de Moraes comercializa camisas com estampas originais pelo site "Escapiário"; discos, filmes e a cultura brasileira inspiram as criações da designer | Foto: Ricardo Chicarelli



Capa de disco espanhol dos anos 50, memes da internet, cenas de um filme infantil e temas da cultura brasileira. Tudo isso pode servir de inspiração para as criações da designer Barbara de Moraes. Produtora de moda para campanhas fotográficas e proprietária do site de camisetas "Escapiário", o trabalho dela tem como essência a criatividade. Mas, já vai longe o tempo em que essa era uma habilidade necessária apenas a artistas, publicitários e inventores. Hoje, até na mais burocrática das atividades, é preciso ter alguma dose de criatividade.
É claro que o tipo de criatividade exigida de um profissional que cria coisas é um pouco diferente da criatividade necessária a outras atividades. Para Barbara, que cria e administra, a principal diferença está nas finalidades. "Como designer de moda, quando penso em idealizar algo para alguém, penso no indivíduo, na sua singularidade, em suas aspirações. E penso também naquilo que quero mostrar sobre mim, que marca pessoal quero dar ao meu produto ou criação", explica. Já a criatividade necessária para as atividades comerciais, segundo ela, é exercida em cadeia. "São considerados diversos elementos, pessoas, negócios e reações para compor um modo diferente de alcançar os objetivos da empresa. Para ser criativo no mundo empresarial é preciso olhar de cima e entender todas as conexões entre as partes que compõem esse meio, como quem estuda um formigueiro", acrescenta.
Em um mercado de trabalho cada vez mais competitivo, a criatividade pode determinar o sucesso de uma carreira, já que a maioria das empresas está permanentemente buscando novas formas de se manter competitiva. "É preciso criatividade para solucionar problemas, administrar conflitos, negociar com clientes, lidar com colaboradores", afirma o consultor empresarial Wellington Moreira, da Caput Consultoria.
Por isso, segundo ele, o mercado como um todo tem buscado profissionais criativos para seus quadros, com exceção da indústria. "Até bancários precisam ser extremamente criativos hoje em dia, mas a indústria ainda prefere inibir a criatividade dos colaboradores para manter rotinas bem definidas. Esse pensamento de conformidade elas levam também para a resolução de problemas não catalogados", afirma. Isso, segundo Moreira, prende as pessoas e empresas ao automatismo, o que trava o desenvolvimento delas.
A criatividade pode ser tão decisiva para os negócios que o consultor sugere que empregadores aproveitem melhor os primeiros meses de trabalho de um novo funcionário. "Os primeiros 90 dias de um profissional em um novo emprego são mágicos. Essa pessoa chega com um olhar de fora, talvez transgressor. Antes que ela se adapte ao ambiente, é preciso saber aproveitar isso", afirma. "Apenas perguntar a ela o que ela está vendo e o que faria no lugar do empregador, já pode trazer soluções muito criativas", avalia.

Imagem ilustrativa da imagem Criatividade no mercado de trabalho



DIFERENCIAL
Para a master coach da Sociedade Brasileira de Coaching, Liamar Fernandes, a criatividade se tornou o diferencial de colaboradores que focam em soluções e não em problemas. "A pessoa criativa muda e se adapta com facilidade, gerando novas possibilidades", explica. Essa habilidade, segundo ela, é ainda mais valorizada em cenários econômicos desfavoráveis, como o que vivemos atualmente. "As empresas buscam profissionais que se adaptem e que usem a criatividade para pensar e trazer alternativas quando não se tem os recursos ideais ou necessários", pondera.
Por outro lado, a coach ressalta a necessidade do bom senso na gestão da própria criatividade. "Quando a criatividade é acompanhada pela falta de bom senso, de visão sistêmica, de prudência, de equilíbrio, ela pode levar a tomar decisões impróprias para o momento", justifica.