A empregabilidade verde, tal qual a própria natureza, também é democrática no que tange o acolhimento de quem busca uma atividade profissional. Tanto que esse é um dos pressupostos do projeto Escola de Conservação da Natureza, que desde 2017 forma jovens de 15 a 24 anos do litoral do Paraná para o empreendedorismo sustentável. Foi na primeira turma do projeto itinerante, que o agora estudante do curso profissionalizante em Técnico do Meio Ambiente, Lucas Bueno, 18 anos, descobriu um caminho para trilhar uma carreira com o lastro verde. "Tinham falado para a minha mãe do curso em Antonina e eu fui fazer pensando que a escola de conservação iria me ensinar a fazer conserva de alimentos e, para a minha surpresa, aprendi os primeiros passos daquilo que quero seguir como profissão, pois depois do técnico, quero cursar Engenharia Florestal", projeta. O estudante conta que no estágio de um mês que fez na entidade responsável pela escola, a SPVS (Sociedade de Pesquisa em Vida Selvagem e Educação Ambiental), teve a certeza do caminho profissional que pretende seguir. "Trabalhei com mapeamento de áreas e manejo. Descobri que é uma forma de estar na mata, garantindo meu sustento e fazendo algo para conservar a natureza", constata. Para a bióloga e coordenadora do projeto Escola de Conservação da Natureza, Solange Latenek, a formação profissional proporcionada pela escola vem ao encontro dos trabalhos e informações levantadas pela SPVS, em 34 anos de atuação. "A iniciativa é mostrar aos jovens moradores dessas áreas naturais a riqueza e as oportunidade de novos negócios nesses locais, de produtos a serviços. Desmistificar aquele conceito de que áreas naturais restringem as possibilidades de ganhos, pois o mundo está repensando o modelo de desenvolvimento e a riqueza cada vez mais estará associada a lugares com água limpa, ar puro e formas harmônicas de coexistir com o meio ambiente", ensina.
A segunda edição da Escola de de Conservação foi realizada na semana passada, em Guaraqueçaba, cujo percentual de emprego formal não chega a 12% de acordo com o acompanhamento do IBGE. (M.M.)