A pessoa que deseja seguir esta carreira não precisa ter ensino superior, entretanto, deve passar por uma prova para receber habilitação
A pessoa que deseja seguir esta carreira não precisa ter ensino superior, entretanto, deve passar por uma prova para receber habilitação | Foto: iStock

Com a economia e as questões que a envolvem cada vez mais em voga, uma profissão que tem se destacado e “surfado” esta onda é a de assessor de investimento, legalmente chamada de agente autônomo de investimentos. O número de registros nesta ocupação no País junto à CVM (Comissão de Valores Mobiliários) passou de 129, em 2001, para 22.167, até o começo da segunda quinzena de outubro deste ano. Um aumento de mais de 1.700% em 18 anos. Somente em 2019 são 3.317 novos registros.

O assessor de investimento é um profissional que atua na prospecção e captação de clientes e prestação de informações sobre os produtos de investimento aos investidores, esclarecendo suas características e auxiliando nos processos operacionais. “Todo agente autônomo precisar ter contrato com corretora e a partir disso ele pode oferecer serviços que a corretora tem para seus clientes. A ideia é captar clientes e levar produtos de acordo com o perfil dele, seja conservador, moderado, agressivo”, explica Rafael Franco, agente autônomo de investimentos e sócio da Manhattan Investimentos.

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A pessoa que deseja seguir esta carreira não precisa ter ensino superior, entretanto, deve passar por uma prova para receber habilitação. O exame técnico - promovido pela Ancord (Associação Nacional das Corretoras e Distribuidoras de Títulos e Valores Mobiliários) - tem 80 questões e é elaborado pela FGV (Fundação Getúlio Vargas), sendo necessário índice de acerto de 70%. Condenados por crimes financeiros, impedidos de administrar os próprios bens ou com antecedentes criminais não podem realizar o exame.

Caso aprovado, o candidato tem que encaminhar vários documentos para a associação, para que seja emitido o registro como agente autônomo de investimentos junto à CVM. Após habilitado, o profissional está liberado para se juntar a uma sociedade de assessores, chamada de escritórios, que usam uma plataforma de corretora, independente ou de bancos. O agendamento para a prova pode ser realizado diretamente pelo site da Ancord, com escolha de local de prova regional. Em Londrina existem duas localidades à disposição.

perspectivas

Segundo Franco, as perspectivas para este mercado de trabalho são positivas em razão da conjuntura atual do Brasil, principalmente referente a juros. “Os investimentos em renda fixa e poupança estão sendo penalizados pelo ambiente de juros. Isto abre espaço para o cliente buscar diversificação na carteira de investimentos. A figura do agente se encaixa bem nisto, para ajudar”, destaca. “Hoje temos 90% do mercado ainda concentrado nos grandes bancos. O mercado independente ainda é pequeno no País”, pondera.

“Alguns bancos privados estão olhando com mais atenção para os agentes autônomos. Vemos uma parte educacional para esta área crescendo, com blogs, youtubers focados no mercado financeiro”, acrescenta o profissional, que é palestrante e recentemente participou da Londrina Business Week, evento organizado pela PUC (Pontifícia Universidade Católica) campus Londrina. "Temos um mercado local aquecido, na área educacional temos cursos com salas cheias. A pessoa que deseja seguir na profissão precisa olhar os materiais disponíveis para estudar, tem o professor Edgar Abreu que desenvolve subsídios interessantes”, orienta.

PERFIL

Com a função sendo uma das portas de entrada para o caminho no mercado financeiro, o assessor de investimento não pode indicar ao cliente compra ou venda, mas, somente indicar opções de estrutura para que o investidor faça sua escolha. Entre as corretoras que concentram o maior montante de agentes no País estão a XP Investimentos e a BTG Pactual.

Apesar da não obrigatoriedade por formação específica na área, Rafael Franco ressalta que o agente autônomo de investimentos deve procurar sempre se atualizar, além de ter um alinhamento para esta profissão. “A transparência e a ética são os primeiros pilares para a conduta profissional. Ter uma rede de relacionamentos é fundamental, pois, a pessoa precisará captar clientes, indispensável um network. É importante demonstrar muita resiliência - porque o mercado financeiro em si é bastante desgastante -, paixão pelo que faz, esforço e intensidade comercial”, elenca.

A remuneração de um agente depende do número de clientes com quem mantém relação comercial e das condições do tratado com a corretora em relação à comissão a ser paga por transação.