Área de tecnologia domina as profissões emergentes
Pesquisa do LinkedIn Brasil apontou que de 15 ocupações em alta para 2020, 13 são do setor de tecnologia da informação
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 03 de fevereiro de 2020
Pesquisa do LinkedIn Brasil apontou que de 15 ocupações em alta para 2020, 13 são do setor de tecnologia da informação
Mariana Presser/*Estagiária
Treze das 15 profissões emergentes para 2020 no Brasil são da área de tecnologia da informação. É o que apontou pesquisa feita pelo LinkedIn, rede social de negócios, e realizada pela primeira vez de forma segmentada por país. Além do ranking, o estudo também elenca as habilidades mais requisitadas e os setores que mais contratam.
“Ao pensar a carreira no médio e longo prazo, devemos mapear os riscos para assumir as responsabilidades do caminho que vamos seguir. Neste processo, a análise das informações disponíveis se torna essencial para tomar a decisão certa”, defende Milton Beck, diretor geral do LinkedIn para a América Latina. “Esperamos que essa lista seja um Norte para as pessoas que estejam nessa transição ou ainda, no início da carreira”, complementa o executivo.
De acordo com Bernt Entschev, headhunter e gestor de recursos humanos, nosso mundo está sofrendo uma transformação ampla devido à diversidade de ideias. Ele lembrou que hoje, para todo o processo há recursos eletrônicos que fazem tudo ser mais rápido e ter menos erros. “Qualquer pessoa pode fazer parte do ambiente tecnológico, para gerar conteúdo e expandir suas ideias. Seja em marketing, vendas, produção, a tecnologia é indispensável”, explica.
Para Entschev, a tecnologia gera valor econômico, pois ajuda a melhorar o desempenho e a qualidade de vida dos indivíduos. “Uma empresa só existe quando tem pessoas, portanto elas são o grande diferencial das organizações. A melhoria de padrões e a qualidade num ambiente de trabalho fazem parte do desejo de tornarmo-nos seres úteis e importantes para a sociedade. Meu objetivo é ajudar as pessoas a se reencontrarem”, destaca.
Formação e mercado de trabalho
A coordenadora dos cursos de Engenharias e CST em Análise e Desenvolvimento de Sistemas da Unopar, Luana Caetano, afirma que o curso de Análise de Sistemas é um dos mais procurados por alunos que gostam de desafios. “Faz tempo que a internet vem crescendo, ela é a cara da sociedade atual. O mercado de Londrina é um dos melhores nesta área, é uma profissão muito ampla, o aluno pode escolher diversas áreas para atuar dentro do ambiente de TI”, comenta. O curso leva dois anos e meio e nele o aluno participa de diversas atividades que desenvolvem o raciocínio lógico.
Walacy Campos (analista de sistemas) e Rafael Mansur (head de produto) são funcionários que trabalham com biometria facial e inteligência artificial na empresa Acesso Digital, em Londrina.
Mansur afirma que escolheu essa área principalmente por ser apaixonado por matemática, lógica e tecnologia. Quando tinha 17 anos pensava em sair da cidade e investir na carreira, Londrina ainda estava engatinhando nesse meio tecnológico. Ficou 10 anos morando em São Paulo e voltou para Londrina quando recebeu uma proposta da empresa em que está até hoje. "O maior desafio parte da criação. Quando voltei para Londrina tive a oportunidade de pensar fora da caixa, trabalhar com tecnologia de ponta e trabalhar com algo que é considerado `algo do futuro´ por muitos", comenta.
O head de produtos ainda destaca que eles trabalham com uma “pegada” de startup. “O que a gente faz é muito relevante. De maneira eficaz, poucas pessoas sabem que isso foi feito em Londrina, trabalhar com inteligência artificial e biometria facial é gratificante e todo esse processo foi muito bem estudado entre funcionários e responsáveis pela empresa. Essa área disponibiliza muito espaço e oportunidades, estamos com várias vagas abertas para aqueles que têm interesse em adentrar nesse mundo da tecnologia", completa.
Campos explica que o desafio é resolver problemas do dia a dia das pessoas e lembra que a inteligência artificial é algo inovador que gera grande valor profissional para o mercado. "O objetivo do nosso trabalho é garantir segurança às pessoas através da biometria facial, diminuir as dores de cabeça causadas por roubos, processos, nomes sujos indevidamente, entre outros. Trabalhamos em um ambiente descontraído e temos liberdade de criação. Isso faz toda a diferença na hora da produção", complementa.
As novas gerações e o trabalho do futuro
Formada em computação e empresária no setor de TI (Tecnologia e Informação), Jandira Guenka Palma comenta que a tecnologia vem atendendo a evolução e o interesse das pessoas. “Com o grande arsenal tecnológico de hoje, a internet pode atender a necessidade do usuário, sendo que ela própria não provoca evolução, mas o consumidor exige isso. A geração Z (até 24 anos) está fortemente atrelada a tendências de consumo e isto influencia nas tendências de novos trabalhos com tecnologia”, opina.
Segundo Guenka, Londrina tem três pontos fortes relacionados ao crescimento de profissões emergentes. “Londrina, além de ser uma cidade universitária, é um polo tecnológico e informacional, existem várias empresas que querem investir em internet e no consumo de novas informações. É também um polo de startups, sendo que muitos jovens estão começando a empreender e à frente de projetos. E está se tornando um ecossistema de inovação, as pessoas estão mais criativas, elas buscam salários que atendam necessidades básicas, mas também propósitos pessoais que valham investimento intelectual e tempo”, completa.
Mesmo quem trabalha em outras áreas precisa estar preparado para as novas tecnologias. Cleverson Neves, funcionário do departamento de economia na Universidade Estadual de Londrina (UEL), afirma que as inovações tecnológicas garantem benefícios tanto para o ambiente micro, como o macro econômico. “As tecnologias de informação são o grande `boom econômico”, pessoas se transformam por conta da facilidade que os meios dispõem a elas. Diante do atual cenário econômico do Brasil, o povo busca por novidade e conhecimento, por isso, várias profissões relacionadas ao TI ganham maior destaque. Na economia, um setor depende do outro, ela não é uma ciência exata, é social e precisa se reinventar também. Sendo assim, a economia só ganha com as inovações tecnológicas”, explica Neves.
*Com a supervisão de Adriana De Cunto, chefe de redação.