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ABRAHAM SHAPIRO

ATUALIZAÇÃO
19 de julho de 2017


AUTOR

Palhaçada que custou caro
Um vendedor de refrigerantes de Minas Gerais participou de uma palestra motivacional de vendas em que foi convidado a rebolar em público. Após isto, ele moveu uma ação jurídica contra a empresa. Vai receber uma indenização por danos morais. Tive conhecimento do episódio numa nota da assessoria do Tribunal Superior do Trabalho. Ele alega que após o evento, passou a sofrer bullying a ponto de seu chefe fazer chacota em público sobre sua opção sexual.

Há empresas demais para quem motivação é sinônimo de palhaçada e algazarra durante uma convenção.

Levam os funcionários a um bom hotel, contratam palestrantes que se aproveitam desta crença maluca e, com dinâmicas questionáveis – e às vezes até imorais –, cobram uma fortuna para promover gritarias e piadas com que imaginam provocar mais vendas.

Motivação não é isso, mas algo interior ao ser humano. O que motiva funcionários é o ambiente de trabalho respeitoso, psicologicamente saudável e ações objetivas, como treinamentos e orientações que visem à produtividade. Ensine "o que" eles devem fazer, "como" fazer e "o padrão de desempenho" que é esperado. Depois, remunere-os por méritos mensuráveis.

O entusiasmo que provoca uma palestra destrambelhada de gritos e farra é instável e desaparece em poucas horas.

É estupidez! Aquela empresa de Minas com certeza aprendeu esta lição.

Abraham Shapiro é consultor e coach de líderes em Londrina

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