Em dezembro de 2018, o Ipea lançou no Brasil o estudo "Millennials na América e no Caribe: trabalhar ou estudar?", realizado em parceria com instituições internacionais. O estudo revelou que 23% dos 33 milhões de jovens entre 15 e 24 anos no Brasil não trabalham nem estudam, e 70% dos que estão trabalhando atuam em trabalhos informais. A maioria é de famílias com menos recursos e é prejudicada por barreiras como problemas de saúde e obrigações com parentes e filhos. A conclusão da pesquisa foi que são necessários investimentos em treinamento e educação dos jovens e políticas públicas que os ajudem na transição dos estudos para o mercado de trabalho.

"Há quem pense que são pessoas que não querem trabalhar nem estudar por opção, mas isso não é verdade. É um problema socioeconômico, reflexo de falta de estrutura, falta de exemplos e de fomento à busca por qualificação", diz a consultora executiva de recursos humanos da De Bernt, Danielle Marin.

Para ela, se houver orientação, acesso à informação e um desejo e busca ativa do estudante por trabalhar, há caminhos possíveis.

"É muito importante o apoio da escola, dos pais e da comunidade para mostrar caminhos e alternativas. Há cursos, oportunidades de networking, empresas que contratam jovens no primeiro emprego. Tudo parte da informação. Se o jovem fica só em casa, estudando ou preso às redes sociais, e não têm um envolvimento para isso, as coisas não vão acontecer", diz. (R.C.)