Biotecnologia e nutrição são as novas opções de cursos na UEL

A partir de 2020, a UEL (Universidade Estadual de Londrina) passará a ofertar dois novos cursos de graduação: biotecnologia e nutrição. As 60 vagas no total, sendo 20 para biotecnologia e 40 para nutrição, serão preenchidas por meio do vestibular que está com inscrições abertas até o dia 6 de setembro.

A coordenadora do grupo de trabalho para a implantação do curso de biotecnologia na UEL, Suely Mayumi Obara Doi, destaca que a proposta era um sonho antigo dos docentes e profissionais da área que já atuam no Departamento de Bioquímica e Biotecnologia do Centro de Ciências Exatas da universidade. “O projeto pedagógico do curso foi criado e aprovado na UEL em 2013. Desde então aguardávamos autorização do governo do Estado”, ressalta. O decreto com o aval para o início da graduação foi publicado no final do ano passado.

“Como Londrina é a terceira maior cidade do Sul do Brasil e é um importante polo regional nas áreas de agricultura, comércio, indústria, educação e saúde, o mercado de trabalho necessita de profissionais qualificados e habilitados para poder atender a essas diferentes demandas. Além disso, há o crescimento e a implantação de várias agroindústrias aqui na região e mais de 30 usinas de álcool que já estão instaladas. As demandas relacionadas principalmente à biotecnologia envolvem o desenvolvimento de processos fermentativos, o tratamento de resíduos e efluentes, a produção e a aplicação de enzimas e o desenvolvimento de processos e de produtos biotecnológicos. O curso vai contribuir para a formação de obra qualificada e tenho certeza que tudo isso deve ser revertido em termos econômicos para a nossa região”, acrescenta.

O bacharelado terá duração de quatro anos com aulas em período integral. Segundo Obara, a área de biotecnologia é multidisciplinar. “Nos três primeiros anos, os alunos estudarão principalmente as disciplinas básicas e específicas que têm uma certa concentração nas áreas exatas e também biológicas. Temos algumas disciplinas também na área de humanas. No último ano, além da monografia, o aluno deverá realizar um estágio curricular em empresas, institutos, universidades ou laboratórios de pesquisa públicos ou privados. O estágio poderá ser nas áreas de biotecnologia na saúde, biotecnologia ambiental ou biotecnologia agroindustrial”, reforça a docente.

A coordenadora do grupo afirma que o mercado de trabalho para o setor está em alta. Além da preocupação com a formação teórica, prática e tecnológica, a intenção é qualificar profissionais com o perfil inovador, criativo e empreendedor. Quem desejar aprimorar os conhecimentos ou seguir na carreira como pesquisador ou docente também poderá cursar especialização, mestrado e doutorado na área de biotecnologia em cursos já consolidados e oferecidos pela UEL. “A UEL tem investido muito na formação e qualificação do corpo docente dos cursos. Tanto que a UEL se encontra entre as cinco melhores universidades estaduais do Brasil”, frisa Obara. O grupo de trabalho, que tem como vice-coordenadora a professora Daniele Sartori, analisa os últimos ajustes necessários para o início da graduação em biotecnologia.

A comissão responsável por implantar o curso de nutrição também trabalha na atualização do projeto pedagógico aprovado pela UEL em 2010. Conforme a coordenadora da comissão, Clisia Mara Carreira, a graduação começou a ser idealizada em 2007.

"Naquele ano, os professores Isaías Dichi e Jane Bandeira Dichi, médicos do Departamento de Clínica Médica, me convidaram, por eu ser a única docente da área de nutrição da UEL, para construir e pensar na possibilidade do curso de nutrição. Fizemos parcerias com departamentos e setores da universidade, além de pesquisas em projetos pedagógicos de cursos de nutrição ofertados por instituições públicas federais e estaduais", recorda. A autorização para o início das atividades na UEL também foi dada pelo governo do Estado no final do ano passado.

O curso faz parte do Departamento de Patologia e Análises Clínicas do Centro de Ciências da Saúde. Porém, 14 departamentos e seis centros de estudo da UEL estão envolvidos na oferta da graduação. Os profissionais formados poderão atuar em mais de 40 áreas que vão desde consultórios até nutrição esportiva ou nutricosméticos.

"É uma área muito ampla. É possível trabalhar em restaurantes comerciais e industriais, restaurantes populares, alimentação coletiva, banco de leite, indústria de alimentos, nutrição esportiva, hospitais, clínicas particulares, consultórios, unidades de saúde, creches, escolas, instituições para idosos… Nós vamos oferecer para esses estudantes todas as oportunidades para que eles possam sair daqui aptos a atuar em qualquer uma dessas áreas”, ressalta Carreira.

A graduação será realizada em quatro anos durante período integral. No último ano, além da monografia, os estudantes também farão estágio obrigatório. No entanto, as chamadas vivências práticas estão distribuídas na grade curricular desde os primeiros anos.

“Além de pensar no multiprofissional, também temos a preocupação de trazer esse estudante para a prática. Nas 'vivências práticas', eles vão acompanhar o dia a dia, a rotina do profissional nutricionista em diferentes áreas de atuação”, explica.

Os interessados nas novas graduações podem se inscrever no vestibular da UEL até o dia 6 de setembro no site cops.uel.br. A taxa de inscrição é de R$ 153,00. A primeira fase será realizada no dia 20 de outubro com a aplicação da prova de conhecimentos gerais. Entre os dias 1º e 3 de dezembro será realizada a segunda fase com as provas de língua portuguesa e estrangeira, literatura, redação e conhecimentos específicos. No caso do curso de biotecnologia, as disciplinas específicas são matemática, química e biologia. Para o curso de nutrição, as disciplinas para a prova de conhecimentos específicos são biologia, língua portuguesa e literaturas e química. No total, a UEL oferece 53 cursos de graduação.