Diferença entre a melhor e a pior taxa praticada no País em fevereiro foi de 29%
Diferença entre a melhor e a pior taxa praticada no País em fevereiro foi de 29% | Foto: Shutterstock



Dizem os analistas que câmbio é um tipo de investimento que só deve ser feito por quem conhece muito bem o mercado. Mas todo cidadão que vai viajar para fora do País precisa comprar alguma quantidade de moeda estrangeira. Em tempos de alta volatilidade do dólar, o cuidado deve ser redobrado.
Neste ano, o valor mínimo para compra da moeda foi de R$ 3,13, dia 25 de janeiro, pela média calculada pelo Banco Central (Ptax).A partir de fevereiro, o dólar começou a subir, atingindo um pico de R$ 3,42 dia 16 de abril. A variação é de mais de 9%.
Quando a viagem é programada com antecedência, a dica básica é fazer a compra por etapas, por exemplo, uma vez por mês. Essa medida diminui o risco de se comprar somente pelas piores taxas. E vale a pena pesquisar os preços. Há diferenças significativas entre as corretoras de câmbio e também entre as cidades. Normalmente, em São Paulo, a taxa é melhor. A quantidade de moeda a ser comprada também é determinante para o preço.

Segundo levantamento do Banco Central, a diferença entre a melhor e a pior tarifa praticada entre as corretoras brasileiras em fevereiro deste ano foi de 29%.
O valor do dólar turismo (usado para viagens) é sempre mais caro que o do comercial (para transações financeiras entre empresas e governos) devido a impostos e custos logísticos. E a compra pelo cartão pré-pago tem sempre preço mais alto que a de moeda em espécie porque o IOF (Imposto sobre Operações Financeira) cobrado pelo governo entre as duas modalidades é bem diferente. A alíquota da primeira é de 6,38% e a da segunda, de 1,10%.

Segundo o site www.meucambio.com, a taxa do dólar turismo no final da tarde desta quinta-feira em São Paulo era de R$ 3,55 em papel moeda e R$ 3,72 em cartão pré-pago. Em Londrina, os preços eram R$ 3,60 e R$ 3,77, respectivamente.
A compra em cartão pode ser feita de qualquer lugar em qualquer corretora do País. Já a em espécie precisa ser na própria cidade do comprador, já que o dinheiro será entregue em sua casa.

Imagem ilustrativa da imagem Volatilidade pede mais cuidado na compra de dólar



"A diferença entre as cidades é significativa porque o papel moeda é como outra mercadoria importada. Chega no aeroporto, normalmente em São Paulo, e tem a logística de distribuição nas cidades. Quanto mais longe, mais caro", afirma Jamil Vassão, superintendente da Abracam (Associação Brasileira das Corretoras de Câmbio).
Ele ressalta que, apesar de mais caro, comprar moeda estrangeira em cartão pré-pago oferecido pelas corretoras tem vantagens que vão além da segurança. "Quem vai sair com mais de R$ 10 mil em moeda estrangeira tem de fazer declaração no site da Receita Federal. No cartão, não precisa", afirma.
E o pré-pago, de acordo com ele, tem uma grande vantagem em relação ao cartão de crédito. "No pré-pago, você sabe qual a taxa que está pagando, é a taxa do dia da compra da moeda. Já no cartão de crédito, a taxa de câmbio será a do dia da fatura, ou seja, ninguém sabe qual será", explica.
A planejadora financeira Juliana Sitta Queiroz, lembra que há uma outra outra forma de comprar moeda estrangeira: no banco. Em recente viagem para o exterior, ela pesquisou a taxa em dois grandes bancos. "Estavam um pouquinho melhores, mas as casas de câmbio fazem boas taxas dependendo da quantidade que a gente compra", ressalta.
De acordo com ela, a compra da moeda deve estar dentro de um planejamento maior de toda a viagem. "Assim que a viagem estiver orçada, a pessoa deve fazer pesquisa e ir comprando a moeda todo mês. Certamente terá um preço médio melhor", recomenda.