Vigilância na fronteira é reforçada
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sexta-feira, 09 de março de 2001
Agência Estado De Porto Alegre
O coordenador do Programa de Vigilância Agropecuária Internacional (Vigiagro) do Ministério da Agricultura, Júlio Machado, apresentou ontem, para 25 prefeitos gaúchos, o esqueleto do plano que pretende reforçar a proteção das fronteiras da Região Sul contra a febre aftosa. Batizada de plano de vigilância sanitária animal para a Região Sul, a iniciativa já foi apresentada aos secretários da Agricultura do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná na última quarta-feira, mas só será finalizada no dia 15, durante reunião em Florianópolis (SC).
Machado disse que não considera a situação atual a mais preocupante já enfrentada pela região de fronteira desde a criação do Vigiagro, em 1998, É uma situação previsível, pois estamos lidando com viroses, comentou. A apresentação do plano foi realizada na Câmara de Veradores de São Borja, cidade da fronteira oeste do Rio Grande do Sul, na divisa com a Argentina.
Na região, o município de Garruchos, emancipado de São Borja, é considerado pelos pecuristas um ponto fraco de vigilância e local da ação de contrabadistas. Na cidade, já opera uma barreira sanitária da Secretaria da Agricultura, que mobilizou 140 funcionários para ações de fiscalização e desinfecção na fronteira. A Argentina não admite oficialmente a existência de aftosa.
O presidente da Sociedade Rural Argentina, Enrique Crotto, declarou ontem, em Porto Alegre (RS), que teme um abalo na credibilidade dos serviços sanitários na eventualidade de seu país vir a reconhecer oficialmente casos de aftosa. Parece bastante difícil pensar que com a atividade viral que tem a Argentina possamos, em algum momento , não ter algum foco, observou, após reunir-se com os integrantes da Federação das Associações Rurais do Mercosul (Farm), na capital gaúcha. O dirigente ressaltou que não viu nenhum animal enfermo na Argentina e nem esteve nas áreas de risco, mas afirmou que teme o iminente reconhecimento da doença. Não fui a estes locais, mas creio que em pouco tempo vamos ter a presença de algum foco, resumiu Crotto.
