Depois de um período de baixa nas vendas entre o final de 2020 e início de 2021, o mercado de veículos usados e seminovos voltou a aquecer e as concessionárias especializadas já começam a ter dificuldades para repor os estoques e atender à demanda do mercado. Balanço da Fenauto (Federação Nacional das Associações dos Revendedores de Veículos Automotores) divulgado no início do mês apontou alta de 24,9% nas vendas de maio na comparação com abril, totalizando 1.173.293 unidades comercializadas no país. No Paraná, o mercado acompanha o crescimento nacional, com alta de 23,2% em maio na comparação com o mês anterior e 96.250 veículos vendidos, segundo levantamento da Assovepar (Associação dos Revendedores de Veículos do Paraná). Foi o melhor mês de vendas do ano.

As revendas de usados e seminovos estão otimistas com os resultados de 2022. “Vimos que o Paraná acompanha a média nacional, que registrou 24% de aumento no mês e, por isso, estamos otimistas com o mercado. As vendas estão estáveis e com leve crescimento e isso nos dá perspectivas positivas para os próximos meses”, disse o presidente da Assovepar, César Lançoni.

“O mercado já deu uma aquecida, está retomando. O prazo para entrega de veículos zero quilômetro ainda não regularizou, mas começou a melhorar, já está menor, e isso faz com que volte o aquecimento dos seminovos. Vai girando o zero quilômetro na praça, o usado vai entrando para a gente e assim a roda gira”, observou o proprietário da Caldarelli Veículos, Maruam Caldarelli. Para os próximos meses, a expectativa do empresário é que as vendas se mantenham em alta. "O segundo semestre, via de regra, já é melhor. E minha expectativa é muito boa."

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Para Vinícius Fernandes, gerente da Castilho Veículos, loja especializada em veículos seminovos, a demora na entrega dos veículos novos pelas montadoras ajuda a explicar parte dos resultados contabilizados pelos revendedores de usados e seminovos. Dependendo da marca, comentou ele, o prazo entre a compra e a entrega pode chegar a oito meses, o que desestimula muitos consumidores, que acabam optando pelos usados. “As vendas estão boas desde dezembro do ano passado. A nossa dificuldade está em comprar carro. Não estamos conseguindo repor o estoque. Hoje, um carro popular na faixa dos R$ 30 mil, não encontra.”

A Assovepar calcula que das 96.250 unidades vendidas em maio, 39,98% corresponderam a veículos com data de fabricação superior a 13 anos, chamados de “velhinhos”. “Vimos pelos números que os carros mais velhos, que são aqueles com maior frota nas ruas, foram os que mais deram grande impulso para o setor durante o mês”, comentou Lançoni. Na sequência, vem os “usados maduros”, com uma parcela de 23,34% das vendas, os “usados jovens”, com 22,80%, e, por último, os seminovos, com 13,88% do total das comercializações registrada no Paraná no mês passado.

Apesar do resultado positivo, com um acumulado de 4.879.357 veículos usados vendidos de janeiro a maio de 2022, o número ainda está 19,1% abaixo do registrado nos primeiros cinco meses do ano passado, quando foram comercializadas 6.030.983 unidades. O presidente da Fenauto, Enilson Sales, acredita que as vendas nacionais irão encerrar o primeiro semestre deste ano em “equilíbrio ou lenta recuperação, sem grandes oscilações nas vendas, tanto para baixo quanto para cima”.

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