Vendas de máquinas nas principais feiras agro do país batem recorde e atingem R$ 48 bi em 2024
A previsão da Abimaq para o ano, porém, é de queda nas vendas como mostrou balanço do 1º trimestre com recuo de 44,9%
PUBLICAÇÃO
segunda-feira, 17 de junho de 2024
A previsão da Abimaq para o ano, porém, é de queda nas vendas como mostrou balanço do 1º trimestre com recuo de 44,9%
Marcelo Toledo Folhapress
Ribeirão Preto - As vendas de máquinas agrícolas devem apresentar redução neste ano, mas nas cinco maiores feiras do agronegócio realizadas no primeiro semestre no país o desempenho anunciado foi superior ao registrado nos mesmos eventos no ano passado.
Concluída na última semana, a Bahia Farm Show anunciou nesta segunda-feira (17) ter gerado R$ 10,9 bilhões em negócios em Luís Eduardo Magalhães entre os dias 11 e 15, o que representa 32,7% de alta em relação aos R$ 8,249 bilhões da edição no ano passado (R$ 8,56 bilhões, corrigidos pela inflação do período, o que indica um aumento real de 27,34%).
Com os valores anunciados na Bahia, o faturamento das cinco maiores feiras realizadas neste ano -Agrishow, Show Rural Coopavel, Expodireto Cotrijal, Tecnoshow Comigo e Bahia Farm Show- chegou a R$ 47,86 bilhões, ante os R$ 46,65 bilhões (corrigidos pela inflação) das mesmas feiras no ano passado.
A previsão da Abimaq (Associação Brasileira da Indústria de Máquina e Equipamentos) para o ano, porém, é de queda nas vendas, e foi o que mostrou o balanço do primeiro trimestre. Foram negociados, das fábricas para as concessionárias, R$ 11,7 bilhões no período - queda de 44,9% em relação ao trimestre inicial do ano passado.
Apesar disso, a Agrishow (Feira Internacional de Tecnologia Agrícola em Ação), principal referência em feiras agro e que tem como principal organizadora a Abimaq, gerou R$ 13,6 bilhões em intenções de negócios neste ano.
O montante equivale aos R$ 13,7 bilhões (corrigidos pela inflação) de 2023 (ano em que vendeu R$ 13,3 bilhões, em valores nominais). Dirigentes da Abimaq disseram na Agrishow que as negociações das revendedoras para os produtores rurais, no entanto, estavam melhores que as registradas das indústrias para as lojas.
A própria feira agrícola realizada em Ribeirão Preto foi considerada um termômetro para confirmar ou rever o cenário para o ano. Outro ponto a ser considerado é que as feiras comercializam não só máquinas e implementos, e muitos dos balanços contemplam negócios envolvendo camionetes, fertilizantes e outros produtos usados no campo.
A segunda feira que mais vendeu foi justamente a Bahia Farm Show, que ultrapassou a Tecnoshow Comigo, de Rio Verde (GO).
A feira goiana anunciou R$ 9,34 bilhões neste ano, ante os R$ 11,64 bilhões de 2023 (R$ 11,1 bilhões, em valores nominais), seguida pela Expodireto Cotrijal (R$ 7,92 bilhões), realizada em Não-Me-Toque (RS), e pela Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR), com 6,1 bilhões.
Na feira baiana, os valores comercializados representam recorde histórico, assim como o público registrado nos cinco dias do evento: 111.377 visitantes, ante os 100.262 do ano passado.
Por meio de sua assessoria, o presidente da feira agrícola, Odacil Ranzi, que também preside a Aiba (Associação de Agricultores e Irrigantes da Bahia), afirmou que o produtor rural é um "obstinado, e segue investindo em tecnologia para o seu negócio, pensando no futuro."
"Tivemos um início de safra instável, por causa do El Niño, mas com conhecimento e tecnologia, os produtores conseguiram vencer esta etapa do plantio, e manter as produtividades em alta no oeste da Bahia e na área do Matopiba", disse.
De acordo com a organização, as vendas foram catapultadas por máquinas agrícolas (plantadeiras, colheitadeiras e tratores), maquinário da linha amarela (construção civil), concessionárias de veículos, equipamentos de irrigação e estruturas para armazenagem.
O desempenho favorável deste ano fará com que a edição de 2025 tenha um dia a mais, seis no total.
As feiras normalmente divulgam as intenções de negócios geradas em seus dias de realização e informadas por bancos e expositores, valores a serem confirmados nas semanas e até mesmo meses seguintes aos seus términos. Isso significa que muitos dos valores anunciados podem não se concretizar nos meses seguintes, por fatores como falta de crédito do produtor rural no momento decisivo do financiamento ou mesmo desistência da compra da máquina ou implemento agrícola.