Venda virtual ainda não emplacou
PUBLICAÇÃO
domingo, 04 de agosto de 2002
Rosane Henn<br> Equipe da Folha
Curitiba As vendas pela internet ainda são insignificantes para o faturamento das empresas, mas o comércio eletrônico deve ser visto como uma ferramenta indispensável no planejamento global da estratégia de vendas. Os especialistas são unânimes em afirmar que o comércio na rede mundial de computadores deve ser encarado como uma alternativa, como um serviço a mais para o consumidor, e nunca como uma única forma de fazer negócios.
O consultor do Serviço Brasileiro de Apoio à Micro e Pequena Empresa (Sebrae-PR), Allan Costa, afirma que o comércio eletrônico passou por uma fase de euforia, quando começou a ser adotado no País há cerca de quatro anos. ''Nesta época grandes investimentos foram feitos pelas empresas, que montaram seus próprios sites para vender os produtos na internet'', diz Costa.
Na maior parte dos casos, no entanto, a tentativa foi frustrada pelo resultado exíguo nas vendas e houve uma retração no mercado. Hoje, prossegue o consultor do Sebrae, as empresas sabem que a internet é uma ferramenta valiosa para incrementar as vendas e serve para despertar a atenção do consumidor. ''A internet não pode ser vista como uma alternativa, mas como um complemento'', enfatiza.
Segundo Costa, alguns produtos que não precisam ser tocados ou provados, se adequam mais à comercialização na rede, assim como produtos que tenham preços baixos. Em torno de R$ 50,00, na opinião do consultor de varejo Moacir Moura, para quem o comércio na internet ainda não tem importância econômica. Nem aqui, nem no maior mercado consumidor do mundo, os Estados Unidos, onde o comércio eletrônico representa apenas 2% do total de vendas.
Moura afirma que não existem estatísticas de vendas pela rede no Paraná, mas calcula que elas são insignificantes. O consultor do Sebrae, Allan Costa, revela que a Federação do Comércio de São Paulo realizou pesquisa sobre o assunto e verficou que o comércio eletrônico representa 1% do faturamento do setor. Aqui no Estado, salienta Costa, este percentual deve estar em torno de 0,5%.
Moacir Moura afirma que nenhuma empresa pode fundamentar suas vendas no comércio eletrônico, porque o próprio acesso à rede ainda é restrito no País. ''Temos cerca de 11 milhões de internautas de uma população de 170 milhões. É um universo consumidor muito pequeno'', ressalta o consultor.