Com o fim do período de vazio sanitário, encerrado no último dia 10 de setembro, os agricultores esperam o fim da estiagem para fazerem o plantio da soja. Na safra anterior os produtores sofreram com a escassez de chuvas, que resultou em perdas nas lavouras do grão, e agora a cautela deve imperar no campo. “A maioria das regiões vai aguardar um pouco para iniciar o plantio. É um risco grande plantar com essa seca”, prevê a técnica do Departamento Técnico Econômico do Sistema Faep, Ana Paula Kowalski.

O vazio sanitário começou em 10 de junho e o objetivo é enfraquecer a resistência do fungo causador da ferrugem-asiática durante a entressafra e atrasar a ocorrência da doença na safra.

A expectativa para a safra de soja é boa nesse momento, afirmam os especialistas. O Paraná deve produzir o que esperava na safra passada, quando o clima adverso acarretou prejuízos. “A Região Oeste começa um pouco mais cedo o plantio, mas a partir que avança pelos Campos Gerais, ainda tem uma janela considerável. A situação ainda não é de desespero total”, destacou Kowalski.

Segundo o analista do Deral Hugo Godinho, produtores da Região Sudoeste já conseguiriam plantar porque já está com umidade no solo. Mas de modo geral, para não plantar “no pó”, os agricultores paranaenses aguardam a chuva porque a soja é a cultura que tem maior peso para sustentar a propriedade. “Para a soja, especificamente, é melhor que os produtores plantem mais tarde, mas para o sistema que computa o milho safrinha, isso acaba atrapalhando. O produtor não planta nem o milho nem a soja no período ideal da cultura e se deixar de plantar soja agora, empurra o milho para um período maior, coincidindo com a geada”, explicou. A previsão é de aumento da área de soja 5,44 milhões de hectares para 5,47 milhões.