Imagem ilustrativa da imagem Varejistas estão otimistas com a Páscoa e antecipam vendas de ovos

Depois do Natal, a Páscoa é uma das datas comemorativas mais celebradas pelos brasileiros e neste ano, sem as festas de Carnaval entre uma comemoração e outra, os varejistas anteciparam um pouco mais a oferta de chocolates nas lojas. Desde o início da segunda quinzena de janeiro, alguns supermercados começaram a expor os ovos de Páscoa e os comerciantes estão otimistas em relação às vendas deste ano.

Segundo os varejistas, os fabricantes não aumentaram a produção para esta Páscoa e, por isso, não foi possível comprar uma quantidade maior de ovos de chocolate, mas a alta deve vir com as vendas de outros produtos. “As indústrias estão produzindo a mesma coisa que no ano passado, não consigo comprar mais. Vamos buscar o crescimento em outros produtos, como bombons e barras porque ovos não vamos ter a mais. Acredito que vamos ter uma venda boa. A gente pretende vender exatamente o que vendemos no ano passado”, disse o diretor de Operações da Rede Condor, Maurício Bendixen.

Nos supermercados que já começaram a comercializar os ovos de chocolate, ainda há pouca variedade de marcas e tamanhos disponíveis, mas os produtos expostos indicam que os consumidores precisam preparar o bolso. Um ovo de 150 gramas com brinquedo, um dos preferidos das crianças, está sendo vendido por R$ 67,90 enquanto uma barra de chocolate com 165 gramas sai por R$ 7.98. Se a opção for por um ovo com 365 gramas de chocolate, o preço sobe para R$ 94,90.

“Ainda estou olhando os preços porque está muito cedo. Não vou comprar nada agora. Mas tenho cinco netos que são loucos por ovos de Páscoa e estou vendo que vou ter que gastar. Mas é um exagero, cobrar quase R$ 100 em um ovo tão pequeno”, comentou a escriturária aposentada Lígia Maria Constantini Machado.

Embora os preços dos ovos de chocolate tenham assustado os consumidores que já passaram nos supermercados para conferir, Bendixen afirmou que na comparação com o ano passado o aumento foi pequeno. “Praticamente não teve variação de preço, não teve muita alta e a gente deve manter os preços muito semelhantes aos praticados em 2020.”

Tendência

A Apras (Associação Paranaense de Supermercados) informou que a antecipação da exposição dos ovos de chocolate é uma tendência que vem sendo seguida nos últimos anos e, em tempos de pandemia, a oferta ainda em janeiro é apontada pelos lojistas como uma vantagem. “Após um ano convivendo com o vírus, os consumidores já estão mais habituados às medidas preventivas e também mais conscientes da necessidade de programar suas compras para evitar aglomerações”, declarou o presidente da entidade, Carlos Beal.

O presidente da Apras também ressaltou a importância da data para o comércio. “Por ser uma das primeiras datas importantes do ano, ela acaba impactando os meses seguintes, pois o sucesso das vendas ajuda a dosar a confiança na economia e a segurança dos empresários em investir.”

A expectativa da associação é que as vendas mantenham os índices do ano passado e a aposta dos varejistas é nos ovos de Páscoa de personagens, com brinquedos e brindes, além das opções de chocolates para presente, como as caixas de bombons, barras e linhas especiais.

Fabricantes

A Abicab (Associação Brasileira da Indústria de Chocolates, Amendoim e Bala) está confiante nos bons resultados desta Páscoa em razão dos resultados obtidos pelo setor a partir do terceiro trimestre de 2020, quando houve um aumento de 1,97% na produção nacional de chocolates na comparação com o mesmo período de 2019. Além do início da imunização da população brasileira, o presidente da entidade, Ubiracy Fonsêca cita ainda as novidades trazidas pela indústria aos consumidores, alinhadas ao perfil do público-alvo.

No ano passado, a pandemia do novo coronavírus no Brasil teve início a poucos dias da Páscoa e a suspensão das atividades consideradas não essenciais obrigou muitos varejistas a encontrarem novos canais de venda e novas formas de se relacionar com os consumidores, como aplicativos de delivery, e-commerce, market places e pedidos via WhatsApp. Todas essas ferramentas, avaliou Fonsêca, foram fundamentais e fizeram toda a diferença para garantir o sucesso das vendas, mas o presidente ressaltou que o varejo tradicional ainda é um dos canais mais relevantes para a indústria. “Dentre os nossos associados, muitas empresas viram suas vendas on-line crescerem no período da Páscoa de 2020, mas ainda assim, a relevância do varejo tradicional se manteve.”

Sobre o ritmo de trabalho nas fábricas, Fonsêca afirmou que ainda não é possível precisar se haverá aumento ou não das atividades da indústria do setor porque a produção de chocolates está em andamento.