A cesta básica vem apresentando certa estabilidade nos dois últimos meses, segundo relatório elaborado pelo Nupea (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas). Conforme o economista e professor da UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná), Marcos Rambalducci, colunista da Folha de Londrina, e um dos coordenadores do Nupea, o preço decresceu muito pouco, -0,27% em relação ao mês anterior. “A cesta básica se manteve sem maiores aumentos, mas em patamar muito elevado, com aumento de 21% da cesta básica de 1º janeiro até agora”, ressaltou o economista.

O produto que registrou o maior aumento foi o feijão (+20,2%) e o que teve maior redução foi o tomate (-9,4%).

Atualmente, o valor da cesta para uma pessoa adulta está em R$ 610,58. Para uma família de dois adultos e duas crianças, o valor está em R$1.831,73.

O valor da cesta individual foi obtido por levantamento realizado em onze supermercados de Londrina, no entanto, se o consumidor adquirisse os produtos de menor preço em cada um dos supermercados essa mesma cesta sairia por R$ 489,01, uma economia de 20%. Mas em uma situação mais real, em que o consumidor comprar todas as mercadorias que compõem a cesta básica no supermercado que apresenta os menores preços, pagará por ela R$ 517,25, ou seja, 15% mais barata que a média. Contudo, se ele optar por comprar no estabelecimento mais caro, pagará R$ 684,95, ou seja, 12% mais caro que a média. Nesse último caso, o valor gasto seria 40,06% mais caro que se pegasse os produtos mais baratos de cada um dos 11 supermercados.

Rambalducci projetou que a tendência é a redução do preço médio nos próximos meses. “Há uma estabilidade em termos das commodities internacionais. Com o milho e soja se mantendo em patamar equilibrado permite que a produção de carne não gere mais custo ao produtor. A taxa de câmbio também está caindo, estamos trabalhando com taxa abaixo de R$ 5, e isso possibilita que a inflação recue. A produção agrícola aparentemente não está tendo nenhuma categoria de problema, fora aqueles normais decorrentes da sazonalidade.”

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Questionado sobre a possibilidade de queda do valor da cesta básica, ele afirmou que a entrada da safra de alguns produtos possibilitará um recuo na ordem de 10% ao longo dos próximos meses. “A queda será de 3% ao mês até se estabilizar, mas não vai voltar ao preço praticado fim do ano, pois a inflação impede isso”, expôs o economista.

O tempo necessário de trabalho para adquirir uma cesta básica pelo salário-mínimo paranaense (R$1.617,00) é de 83,1 horas (37,8%) e pelo salário-mínimo brasileiro (R$1.210,00) esse tempo é de 111 horas (50,5%), considerando uma jornada de trabalho de 220 horas mensais. “Estamos vivendo um momento de bastante sofrimento para as pessoas de baixa-renda, que dedicam uma parcela maior de seus ganhos para a compra de alimentos. Está muito difícil. Se no fim de ano a pessoa dedicasse 60% de sua renda para aquisição de alimentos, com essa alta de 20% agora precisa de 70% de seu orçamento para fazer frente a esses gastos e geralmente essas pessoas não têm fonte de recursos que possa suprir a essa variação dos preços”, ressaltou o economista.

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