Depois de dois meses em queda, o valor médio da cesta básica subiu para R$ 537,49 em janeiro deste ano em Londrina. É um aumento de 6,2% se comparado com o valor de R$ 506,13 registrado em dezembro de 2021. Os dados são do relatório do Nupea (Núcleo de Pesquisas Econômicas Aplicadas) do LEE (Laboratório de Estudos Econômicos) do Câmpus Londrina da UTFPR (Universidade Federal Tecnológica do Paraná).

Imagem ilustrativa da imagem Valor da cesta básica em Londrina aumenta em 6,2%
| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

A pesquisa de preço dos produtos que compõe a cesta básica foi feita em 11 redes de supermercados de Londrina na segunda-feira (31). Os três alimentos que puxaram essa escalada no valor total foram a batata, com um aumento de 40,7%, tomate (34,7%) e café (11,3%). Segundo um dos coordenadores do relatório, o professor Marcos Rambalducci, o aumento é significativo e atípico para esse período do ano, que, conforme a série histórica, costuma ter uma redução no valor da cesta básica em janeiro.

“A subida do preço foi causada principalmente pelo aumento nos hortifrúti, em especial a batata. Os maiores produtores do país são Minas Gerais e Paraná, respectivamente. Porém, em Minas não foi possível colher a batata por causa do excesso de chuvas na região. E no Paraná, por conta da seca, muitas plantações foram sacrificadas. Então, acabamos com um produto de baixa qualidade e em pouca quantidade”, explicou.

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| Foto: Gustavo Carneiro - Grupo Folha

O tomate também foi um alimento que teve seu preço afetado pelas condições climáticas adversas, enquanto houve um aumento no consumo de café no mundo inteiro nos últimos anos, gerando um elevação no preço do grão, ainda de acordo com o professor.

A carne, que equivale a 46% do valor total da cesta básica, foi outro produto que teve um aumento (3,3%) em janeiro. Ao todo, dos 13 produtos da cesta básica, foram registrados oito aumentos de preço, dois alimentos que mantiveram o preço estável se comparado ao mês anterior e apenas três reduções: açúcar (-5%), pão (-4%) e arroz (-3,9%). “A entrada da nova safra de açúcar e a estabilização da oferta de arroz puxaram essas diminuições pontuais. Enquanto o trigo, a suposição é de que o preço foi reduzido para criar uma demanda para outros produtos, porque não há uma justificativa para essa queda significativa do preço do pão no contexto atual”, relatou Rambalducci.

A expectativa do professor é que, após esse “aumento agressivo”, os preços reduzam nos próximos meses com a entrada do rebanho que já está pronto para abate na pecuária, diminuindo o preço da carne, e com uma possível normalidade climática que estabilize os preços dos hortifrúti. A dica para o consumidor é pesquisar os valores dos alimentos em diferentes mercados.

Em Londrina, a diferença do valor da cesta básica no supermercado mais barato se comparado à média foi de -5,8% (R$ 506,05). No supermercado mais caro, a variação foi de 15,1% (R$ 582,93). Selecionando o menor preço de cada item, a diferença ficou em -25,4% (R$ 400,96).

“Não é uma questão do supermercado ser bom ou ruim, mas dele se adaptar ao tipo de clientela, então alguns estabelecimentos privilegiam os clientes de baixa renda e colocam produtos mais adequados a orçamentos menores em suas prateleiras”, afirmou. “É fundamental que nós consumidores, que estamos percebendo esse aumento na pele, tenhamos noção de qual supermercado é mais adequado ao meu perfil de consumo”, concluiu.

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