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Economia 5m de leitura

Utilização de capacidade de uso industrial tem pior nível em 30 anos, diz Abiquim

ATUALIZAÇÃO
29 de agosto de 2019

Fabiana Holtz
AUTOR

As empresas do setor químico atingiram em julho 65% de utilização da capacidade instalada de uso industrial, o pior índice registrado pela Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim) desde que iniciou o levantamento deste indicador em 1989. No acumulado do ano até julho, de acordo com dados preliminares, o nível de utilização da capacidade instalada foi de 70%, seis pontos abaixo do índice registrado em igual período do ano anterior, resultando em um nível de ociosidade de 30%, pior desempenho dos últimos dez anos.

A performance é atribuída à falta de competitividade gerada pelo preço das matérias-primas e energia, deficiências logísticas e alta carga tributária.

"Para o setor químico, que opera em regime de processo contínuo, não sendo possível desligar equipamentos ou diminuir a produção abaixo de um determinado nível, esse cenário significa piores desempenhos operacionais e custos unitários de produção ainda mais elevados", afirma em nota a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira.

Entre janeiro e julho, o consumo aparente nacional (CAN), que mede a produção mais importações menos as exportações, dos produtos químicos de uso industrial encolheu 6,2% em relação ao mesmo período do ano passado. Aliado a isso, acrescenta a Abiquim, na média dos 12 últimos meses 40% dos produtos químicos de uso industrial comercializados no Brasil foram importados, maior porcentual dos últimos 30 anos.

Nos últimos sete meses, a produção recuou 3,55% sobre o período de janeiro a julho do ano passado, enquanto as vendas internas caíram 0,49% na mesma comparação.

A desaceleração também pode ser constatada nos resultados dos últimos 12 meses encerrados em julho, sobre os doze meses imediatamente anteriores: o índice de produção recuou 4,23% e o índice de vendas internas caiu 2,46%. O CAN teve diminuição de 1,4%, também acelerando o declínio sobre os doze meses anteriores, ocasião em que o índice se manteve estável.

A indústria química, porém, permanece otimista com o lançamento do programa Novo Mercado de Gás, divulgado pelo governo federal em julho, que traz perspectivas e novos cenários para o setor, maior usuário entre os segmentos industriais do gás e o único que utiliza o produto como matéria-prima.

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