Uruguai decreta feriado nos bancos e ganha elogio do FMI
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terça-feira, 30 de julho de 2002
Dow Jones
Montevidéu - O governo do Uruguai decretou feriado bancário ontem para conter a fuga de depósitos do sistema bancário nacional, de acordo com fontes do Banco Central (BCU) e da presidência do país. A decisão foi tomada após as reservas monetárias do país terem atingido ontem US$ 725 milhões, US$ 52 milhões abaixo do registrado anteontem, conforme informativo do site do BCU. As perdas dos ativos de reservas totalizaram US$ 746 milhões neste mês.
Desde o início do ano, as perdas das reservas têm sido constantes em razão dos saques feitos principalmente por argentinos que tinham depositado seus recursos no sistema financeiro uruguaio, mas começaram a sacá-los após a ampliação da crise na região. Em maio, os saques de depósitos somaram US$ 1,3 bilhão. No final do ano passado, as reservas uruguaias eram de quase US$ 3 bilhões.
O feriado bancário foi determinado em um momento no qual o mercado aguarda notícias de Washington sobre a visita de uma missão enviada ao Fundo Monetário Internacional (FMI) para obter o adiantamento de US$ 600 milhões. O adiantamento dos empréstimos serviria para reforçar as reservas do país e fortalecer o sistema financeiro abalado pelo contágio da crise da Argentina.
O Departamento do Tesouro dos Estados Unidos divulgou uma nota ontem na qual manifesta apoio à ajuda financeira internacional para o Uruguai.
''O governo dos EUA está em consultas com as autoridades uruguaias e o FMI, sobre uma solução geral para as dificuldades econômicas recentes. O governo dos EUA está pronto a apoiar assistência financeira adicional do FMI e de outras instituições financeiras internacionais ao Uruguai'', diz o comunicado.
O Tesouro dos EUA elogiou o histórico de sucessos econômicos do Uruguai e seus esforços para manter políticas econômicas saudáveis. O texto acrescenta que o Uruguai fez por merecer apoio a seus esforços para superar uma crise.
''O Uruguai tem tido um desempenho forte na América Latina e merece o apoio contínuo da comunidade financeira internacional, por seu compromisso com políticas econômicas saudáveis'', diz a nota.