A União Democrática Ruralista (UDR) e o Sindicato Rural de Presidente Prudente entraram na justiça com representações criminais e cíveis contra Osmar Capucci, proprietário do frigorífico Pirapozinho, pela paralisação das atividades de abate e o não pagamento de aproximadamente R$ 5 milhões em gado adquirido dos pecuaristas da região.
O presidente do Sindicato Rural, Sijeyuki Ishii disse que a finalidade da ação é tentar coibir a desmoralização que atingiu o setor comercial da carne, e principalmente o mecanismo de enriquecimento ilícito que tem base fundamental na sonegação de impostos federais. Segundo Ishii, Capucci como a maioria dos donos de frigoríficos, montou uma firma sem capital para garantir o vultoso movimento financeiro de uma atividade como essa.
Para o sindicalista, é fácil montar um frigorífico, abater gado durante três anos e sair rico e livre com R$ 5 milhões. ‘‘Basta para isso sonegar apenas um dos impostos federais’’, diz Ishii. Como os proprietários são pessoas com capital inferior a R$ 50 mil, o Estado e os credores ficam sem condições de receber.
Ishii afirma que a exemplo de muitos outros empresários, Capucci fechou o frigorífico sem pedir concordata, justamente ‘‘para aplicar o golpe nos credores’’. Para o sindicalista, a impunidade fez proliferar o negócio e o pedido de um processo criminal contra o empresário, ‘‘é apenas um gesto de denúncia contra uma situação que cabe ao governo coibir, já que se tornou em conhecido ‘‘modus operandi’’.
A presidente da União Democrática Ruralista, Tânia Tenório de Farias, disse que apesar da sua entidade estar mais ligada a assuntos referentes ao direito de propriedade, ela decidiu apoiar a ação judicial por entender que uma boa parte das empresas frigoríficas do Estado estão nas mãos de estelionatários.
Farias diz ainda que esses ‘‘espertalhões’’ são responsáveis pelo fechamento de 14 frigoríficos na região oeste do Estado, gerando com isso problemas sociais como desemprego de 8 mil trabalhadores.