Um estudo do Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC) divulgado no início deste mês revela o impacto da indústria do Turismo no Brasil e no mundo com reflexos na economia e na geração de empregos. No total, o impacto do turismo gerou uma participação de US$ 8,8 trilhões ao PIB mundial (10,4%), uma alta de 3,9%, superior à expansão da economia global (3,2%). O setor foi responsável por 319 milhões de empregos, tornando-se protagonista da abertura de 1 em cada 10 postos de trabalho. O crescimento do mercado de viagens ficou à frente de ramos como o de cuidados com a saúde (3,1%) e tecnologias da informação (1,7%), perdendo apenas para o de manufaturas (4%).

Apesar do resultado positivo, as Américas estão na lanterna do crescimento, com 3% de alta no período 2017/2018. O número segue tendência histórica do continente (2% a 3%). Entre 2017/2018 a América do Sul registrou aumento de 3,2%, enquanto no período anterior - 2016/2017 - o crescimento foi de 9%.

Com base na previsão da Organização Mundial do Turismo (OMT), segundo relatório recém divulgado o turismo mundial vai crescer entre 3% e 4% em 2019. Além disso, de acordo com o último levantamento da entidade, o setor registrou, em 2018, o segundo melhor resultado dos últimos 10 anos, atingindo a marca de 1,4 bilhão de chegadas internacionais no mundo todo, um aumento de 6% sobre 2017.

No Brasil, os números revelam a força desta indústria. Segundo a pesquisa, elaborada pela consultoria britânica Oxford Economics, a contribuição ao Produto Interno Bruto (PIB) cresceu 3,1% em 2018, totalizando US$ 152,5 bilhões (8,1%). Comparado a 2017, o turismo respondia por 7,9% das riquezas nacionais, apesar da injeção superior de divisas (US$ 163 bilhões). Apesar de ainda não ter os números finais, o Ministério do turismo acredita que a barreira de 7 milhões de turistas estrangeiros/ano possa ser quebrada.

Atualmente a indústria do turismo no Brasil representa 8,1% do PIB com uma contribuição de US$ 125 bilhões para a economia. Na comparação com o ano passado, o PIB do turismo cresceu 3,1%, o que representa mais do que o dobro da economia nacional no período. Um dos fatores para esse crescimento foi o programa de flexibilização dos vistos adotado pelo Ministério do Turismo em parceria com o Ministério das Relações Exteriores. O volume de turistas de países como Estados Unidos, Canadá, Austrália e Japão teve um aumento significativo desde que a medida entrou em vigor no final de 2017. A entrada de turistas estrangeiros no Brasil aumentou 8% no primeiro semestre de 2018 em comparação com igual período de 2017, segundo números do Ministério do Turismo.

A receita cambial do turismo no país fechou 2018 com resultado positivo, apresentando incremento de 1,86% nos gastos dos estrangeiros que visitaram o Brasil. De janeiro a dezembro, eles injetaram US$ 5,92 bilhões na economia brasileira, frente aos US$ 5,81 bilhões registrados no mesmo período de 2017.

Em relação ao volume de postos de trabalho, esse segmento é responsável por 6,9 milhões de pessoas, o equivalente a 7,5% do número global de vagas no país. O ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antônio, comemora os resultados e defende medidas para reforçar o potencial do setor e impulsionar a retomada do crescimento do país. "Ações como a facilitação de vistos, a melhoria da conectividade aérea, a modernização da Embratur aliada a criação de áreas especiais de interesse turístico têm forte impacto na atração de visitantes e vão elevar o aproveitamento da nossa oferta", aposta.

Um dos setores que têm alcançado voos mais altos é o da aviação comercial. De acordo com os dados da Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), as empresas brasileiras registraram crescimento tanto no mercado doméstico como no internacional em 2018, comparado ao mesmo período de 2017. No ano passado, as empresas aéreas brasileiras transportaram um total de 103,01 milhões de passageiros em voos domésticos e internacionais. O número representa uma elevação de 4,1% em relação a 2017. Apenas em janeiro deste ano a movimentação de passageiros cresceu 6,5% na aviação comercial global na comparação com o primeiro mês de 2018, o crescimento mais acentuado em seis meses. Isso mostra tendências positivas para este ano.