A Tradener - comercializadora de excedentes de energia no mercado atacadista - informou ontem que está estudando as medidas jurídicas que tomará para derrubar a liminar que suspende os negócios entre a empresa e a Copel. Segundo sua assessoria, a Tradener e a Copel, ambas citadas na ação, ainda não foram notificadas. As duas empresas devem recorrer nos próximos dias.
A liminar repercutiu na Assembléia Legislativa do Paraná. A oposição encarou a decisão como um passo rumo ao cancelamento do leilão. A base de sustentação ao governo rebateu, sustentando que a decisão não o afeta já que a liminar não suspende a privatização, mas somente o contrato.
O presidente do Legislativo, Hermas Brandão (PSDB), recebeu segunda-feira denúncias contra a Tradener, apresentadas pelo Sindicato dos Engenheiros (Senge). Brandão espera parecer da Procuradoria da Casa sobre o assunto e prometeu tomar providências, se achar necessário. O sindicato questiona a forma como a estatal de energia se associou a empresas privadas para formar a Tradener, em 1998. A empresa tem como sócios - além da Copel - a empresa DGW Participações e a Logos Engenharia.
O presidente da Copel e secretário da Fazenda, Ingo Hubert, nega haver irregularidades na formação da Tradener. De acordo com ele, a Tradener foi constituída dentro da lei.
O vice-líder do governo, Ademar Traiano (PSDB), não acredita que o cancelamento do contrato possa prejudicar a concretização da privatização. ''Está sendo feito muito sensacionalismo em cima do leilão, mas isso faz parte do jogo'', declarou(M.D. e C.M.)