Cancelas foram abertas em forma de protesto pelo segundo dia consecutivo
Cancelas foram abertas em forma de protesto pelo segundo dia consecutivo | Foto: Pedro Marconi - Grupo Folha

Motoristas que passaram pela praça de pedágio entre Arapongas e Rolândia, na Região Metropolitana de Londrina, encontraram todas as cancelas abertas, nesta quarta-feira (16). Desde as primeiras horas do dia, cerca 60 trabalhadores protestavam no lugar cobrando o pagamento do salário, que está atrasado, além da quitação do vale-alimentação, que também não está sendo pago há dois meses, segundo os manifestantes.

Eles são funcionários da Societá Construtora. A empresa, que tem sede em Curitiba, foi contratada pela Viapar para executar a obra do Contorno Norte de Arapongas, ao custo de R$ 130 milhões, respeitando o contrato de concessão da BR-369. O projeto começou a sair do papel no primeiro semestre deste ano, no entanto, os serviços teriam sido paralisados no início deste mês, quando os operários foram avisados, por telefone, de que não precisariam mais ir até o canteiro de obras.

“Levaram o maquinário embora e não deram satisfação, não deram baixa na nossa carteira de trabalho. Só pediram para ficarmos em casa. Tem gente aqui com aluguel atrasado, faltando comida em casa, tarifas de água e luz atrasadas, porque não tem dinheiro, não tem pagamento”, relatou Alexandre Aparecido Ferreira. Mais de 100 homens estariam na mesma situação e à espera de respostas.

A obra conta com muitas pessoas vindas de outros estados. Estas pessoas têm um acordo com a construtora para que possam ir ver a família uma vez mês por mês, com a empresa arcando com os custos, a chamada “baixada”. Isso também não estaria sendo respeitado. “Tem gente com filho pequeno para criar e está passando por necessidades”, lamentou um trabalhador, que veio da Bahia para o Norte do Paraná.

LONGE DA FAMÍLIA

O projeto do Contorno Norte de Arapongas tem aproximadamente dez quilômetros de extensão e estava sendo executado com várias frentes de trabalhos. Junior Rogério da Silva é motorista e atuava na parte de terraplanagem. Ele contou que algumas pessoas receberam sinalização da construtora sobre o pagamento, porém, sem nenhuma garantia. “Quem estava trabalhando no asfalto, por exemplo, não tem posição nenhuma e queremos isso para todos”, destacou.

Os trabalhadores também afirmaram que até fornecedores estão sem receber os pagamentos. “Era tudo alugado na obra. Não tinha um carrinho de mão da empresa. Pararam de pagar fornecedores, o restaurante que fornecia alimentação está tentando receber e não consegue”, disse Silva.

TEMPO INDETERMINADO

A promessa é de que o protesto, com a liberação das cancelas, perdure até que todos os débitos sejam quitados. “Nós só queremos receber o que é nosso por direito e a baixa na carteira para poder trabalhar, ir atrás de outro serviço”, frisou Alexandre Ferreira.

SEM RESPOSTA

A reportagem não conseguiu contato com a Viapar até a publicação desta matéria. Já Societá Construtora se limitou a informar que “não iria se manifestar”.

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