A indústria de elevadores Atlas Schindler investirá R$ 100 milhões em um centro de pesquisa e desenvolvimento de produtos que estará próximo à sua unidade fabril de Londrina. Uma das edificações previstas é uma torre de testes que possuirá 150 metros de altura, equivalente a um prédio de 50 andares, e que terá 16 caixas de corrida e que permitirá até 17 instalações simultâneas para testar os elevadores. Segundo Patrick Gastaldin, Diretor de Pesquisa & Desenvolvimento para as Américas, as obras estão previstas para serem iniciadas ainda este ano e devem estar concluídas no primeiro semestre de 2024. O projeto contempla também um prédio que abrigará os laboratórios e escritórios e será a base da equipe de Pesquisa e Desenvolvimento do Grupo Schindler para as Américas, além de espaços de integração e showroom.

Torre de testes de elevadores deve começar a operar em 2024
Torre de testes de elevadores deve começar a operar em 2024 | Foto: Divulgação/Atlas Schindler

Ele ressaltou que a Atlas Schindler vem reforçando no Brasil a estratégia de força de pesquisa e desenvolvimento nas Américas. A torre de testes em Londrina será a maior desse tipo nas Américas, e a segunda maior do grupo Schindler no mundo. Será menor somente que a torre de testes da Schindler na China, com 201 metros de altura. “A torre será um marco interessante para a região. Com prédios cada vez mais altos, os requisitos técnicos e as interações com o usuário são cada vez maiores. É preciso ter a estrutura necessária para desenvolver projetos como os utilizados em prédios como os edificados em Balneário Camboriú, com 80 andares. Precisamos testar elevadores super rápidos com foco nos nossos clientes, em busca de segurança e conforto na viagem.”

Questionado sobre como testar elevadores para edificações mais altas que a torre de testes, ele ressaltou que a torre projetada para Londrina está dimensionada para elevadores que chegam até 10 metros por segundo e há a possibilidade de testar elevadores aplicados e prédios de até 100 andares. “Estamos em constante evolução, com novas tecnologias em segurança, e a pauta em desenvolvimento de novos produtos, com os ecossistemas de nossos edifícios focado na interntet das coisas e na conectividade, por exemplo, com um sistema que pode ser monitorado a distância. Vamos contar com laboratórios para desenvolver portas cada vez mais seguras. Esse é um campo vasto”, ressaltou.

Ele apontou que o local terá 250 postos de trabalho no centro de desenvolvimento, alguns deles serão voltados para funcionários que já atuam na torre de testes que existe em São Paulo, em Interlagos. “Vamos desenvolver parcerias. Já começamos conversas com universidades como a UEL (Universidade Estadual de Londrina) e UTFPR (Universidade Tecnológica Federal do Paraná) e também fizemos visitas ao Senai e à UEM (Universidade Estadual de Maringá). A gente quer verdadeiramente estabelecer essa parceria entre os nossos profissionais e os que são oferecidos localmente. Recentemente lançamos um programa de trainees para engenheiros e contratamos, em fevereiro, 10 trainees dessas universidades, que estão pleiteando cargos de engenheiros juniores. Queremos desenvolver engenheiros de nível mundial e os brasileiros têm total condição de chegar a esse nível. Queremos mexer com o ambiente de engenharia da cidade”, destacou Gastaldin.

Por questões de segurança, a torre de testes não será explorada turisticamente. Até o momento a edificação mais alta da cidade é o Maison Héritage, da construtora A.Yoshii, na região do Jardim Guanabara (zona sul), com 146 Metros de altura e 42 andares.

Para o diretor presidente do SML (Sindicato dos Trabalhadores na Indústria Metalúrgica, Mecânica e de Material Elétrico de Londrina e Região), Valdir de Souza, a vinda de um investimento dessa envergadura é sempre bem vista com bons olhos pela entidade. “É um investimento em tecnologia que pode gerar empregos diretos e indiretos e isso já possui o poder de melhorar a economia para a região.”

O presidente do Sindimetal Norte do Paraná (Sindicato das Indústrias, Metalúrgicas, Mecânicas e de Materiais Elétricos do Norte do Paraná), Marcus Vinícius Gimenes, afirmou que o investimento é uma excelente notícia. “O investimento é significativo e terá como consequência a geração de empregos de renda elevada para a cidade. Para nós, como sindicato, é motivo de orgulho, ainda mais que a Atlas Schindler é associada ao Sindimetal. O sindicato comemora a notícia como algo significativo para a mudança do cenário da cidade e alinhado com a necessidade de industrialização de Londrina. Esperamos que isso inspire outras empresas a virem a se instalar em Londrina. A industrialização é um dos pilares do masterplan de Londrina”, ressaltou Gimenes. Ele reforçou que a UTFPR, o Senai e a UEL possuem cursos de engenharias e cursos técnicos que podem capacitar trabalhadores para a Atlas Schindler. “Todas as engenharias podem ser aproveitadas”, ressaltou.

O presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Bruno Ubiratan, afirmou que o diálogo entre prefeitura e a empresa foi estabelecido desde o lançamento do centro administrativo da empresa em Londrina, em outubro de 2020. “Desde então eles já tinham falado da previsão de criação de vagas para nossa cidade. "É um investimento de longo prazo e a conversa deles foi feita comigo e com o prefeito Marcelo Belinati. Conversei muito com o André Gualda, diretor financeiro deles”, apontou. “Particularmente, como presidente da Codel, esse anúncio gerou uma repercussão nacional, pois a maior fábrica de elevadores do Brasil está transferindo todo o centro administrativo e de desenvolvimento e pesquisa para Londrina. O impacto para a cidade é positivo, pois trará grandes salários e a economia fica pujante. Isso para nós é de extrema importância, pois gera empregos para a cidade e forma um novo ecossistema”, destacou.

Rogério Chineze, diretor Industrial da Acil (Associação Comercial e Industrial de Londrina), apontou que o investimento que a Atlas Schindler pretende fazer em Londrina mostra que a cidade está se tornando imprescindível para os planos de expansão e desenvolvimento da empresa. "São R$ 100 milhões de investimento para construir uma torre de testes de elevadores que não tem similar nas Américas. A importância deste empreendimento mostra o potencial que nossa cidade tem para sediar empresas relevantes. Londrina tem uma localização estratégica, oferece uma ótima qualidade de vida, com excelente custo-benefício. Ao tornar nossa cidade uma referência, a Atlas Schindler demonstra que vale a pena investir em Londrina, ajudando a aquecer nossa economia e a gerar emprego, trazendo desenvolvimento", afirmou.

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