Um Ato Declaratório da Receita Federal, publicado na edição desta quarta-feira (22) do Diário Oficial da União, retirou o status alfandegário do Teca (Terminal de Cargas Aéreas) do Aeroporto Governador José Richa, de Londrina. O terminal havia recebido a permissão em abril de 2022, o que abria caminho para o fortalecimento da economia com maior facilidade de acesso ao comércio exterior, tanto em importações como em exportações.

Lideranças regionais defendem a viabilidade, em médio prazo, do fortalecimento das relações internacionais das empresas do Norte do Paraná com fornecedores e compradores de outros países. Em reunião, no dia 10 de fevereiro, com o grupo de trabalho criado pelo Município que reúne entidades, associações além de segmentos políticos e empresariais, a CCR Aeroportos expôs a baixa demanda atual do serviço, mas não mencionou sobre a mudança operacional.

O presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Alex Canziani, solicitou uma nova reunião com a diretoria de Logística da CCR para que eles apresentem um estudo sobre a operação do Teca, com números que evidenciam essa justificativa. A CCR ficou de agendar essa reunião para os próximos dias. “Foi com surpresa que nós recebemos essa notícia, pois queremos mostrar o potencial que nós temos, e agora, reverter essa decisão”, disse Canziani.

De acordo com o coordenador do grupo de trabalho sobre o Aeroporto de Londrina e superintendente do Grupo Folha de Londrina, Nicolás Mejía, a diretoria local da CCR Aeroportos já havia manifestado preocupação em relação a não sustentabilidade do Terminal de Cargas. “Estamos acompanhando as melhorias que estão sendo projetadas e já realizadas no Aeroporto e também trabalhando em parceria com a Codel para avaliar a situação do Terminal de Cargas. Estamos avaliando as possibilidades de se aumentar esta demanda, o volume de carga. Acreditamos que, há sim, viabilidade para se manter a alfândega aqui”, analisa Mejía.

O comércio exterior por tráfego aéreo ganha importância, principalmente, quando o assunto é a indústria da transformação, voltada à alta tecnologia. Com a construção da Cidade Industrial finalmente saindo do papel, a presença de uma alfândega aeroportuária para o transporte de cargas é, na visão de especialistas, importante para a atração de grandes empresas.

Em nota encaminhada por sua assessoria de imprensa, a CCR Aeroportos informou que desde que assumiu a gestão do aeroporto de Londrina mapeou a demanda de importações e exportações de todos os seus terminais de cargas alfandegados. No levantamento, foi identificado que o Teca de Londrina estava sem operações há mais de dois anos, por falta de demanda. "Após avaliações junto ao mercado, e tendo em vista a baixa perspectiva de crescimento das operações, a opção foi desalfandegá-lo a fim de dar destinação da área para a carga nacional", explicou a CCR.(Colaborou Simoni Saris)