A Telefônica Brasil, dona da Vivo, anunciou duas novas estratégias para acelerar a implantação das redes de fibra ótica no País. A comunicação foi feita pelo presidente da companhia, Christian Gebara, durante conferência com jornalistas realizada nesta segunda-feira, 4.

A primeira estratégia consiste em uma parceria com a operadora e desenvolvedora de infraestrutura de telecomunicação American Tower para levar as redes de fibra ótica a 40 cidades de Minas Gerais, o equivalente a 800 mil casas, nos próximos três anos.

Nesse modelo, a American Tower fará a construção das grandes redes de fibra ótica, utilizando parte da infraestrutura da recém-adquirida Cemig Telecom. Por sua vez, a Telefônica fará a construção do trecho final da fibra, que chega até a casa dos novos clientes, além da instalação dos equipamentos para os usuários.

A Telefônica pagará à American Tower um valor variável pelo uso das redes, com início do desembolso a partir da conexão dos novos usuários. A iniciativa reduzirá os desembolsos iniciais da Telefônica na linha de investimentos mas, futuramente, aumentará a linha de despesas operacionais. A vantagem, segundo Gebara, está em acelerar a implantação da infraestrutura e, por consequência, do faturamento por meio do ganho de clientes de internet rápida.

"Vamos poder chegar a mais domicílios e a mais lugares. Esse modelo nos ajuda a blindar essa base em Minas Gerais. E também nos dá mais agilidade, junto de um parceiro que tem expertise em infraestrutura", explicou Gebara. "O capex será menor, mas ainda continuam os aportes", completou.

A outra iniciativa anunciada pela Telefônica Brasil foi a abertura do modelo de franquias com provedores regionais. Aqui, a expectativa é de levar a fibra ótica para 1 milhão a 2 milhões de residências em um período de três a quatro anos.

Nesse modelo, as empresas locais ficarão responsáveis pela construção integral das redes de fibra ótica, incluindo o trecho final até os clientes, e pela entrega dos equipamentos aos usuários. A Telefônica vai ceder seu catálogo de produtos, uso de backbone e a marca da sua subsidiária Terra. Como a companhia não fará o contato final com o cliente, optou por preservar sua marca principal, a Vivo. Nesse modelo, os franqueados ficarão com toda a receita do negócio e pagarão royalty à Telefônica.

"A ideia da franquia é chegar a localidades menores. Há muitos domicílios do País onde não chegamos e demoraríamos muito", explicou.

Segundo Gebara, o foco das franquias é atingir cidades de pequeno porte, entre 20 mil a 50 mil habitantes, e até mesmo bairros sem cobertura dentro de cidades maiores. Ele também indicou que o modelo de franquia visa a pegar carona no crescimento dos provedores locais, que concorrem com as grandes operadoras no interior do País. "Há crescimento enorme dos pequenos provedores. Por que não alavancar com o expertise da Vivo?", apontou.

Ele disse que há três cidades com franquias já assinadas e que entrarão em operação neste mês. A primeira será em Águas Lindas de Goiás (GO), e as outras duas não foram reveladas, mas também ficam no Centro-Oeste.