Gerson da Luz Souza
De Cascavel
Ao contrário do que vem anunciando o governo federal, sobre a perspectiva de uma ‘‘supersafra’’ de grãos, técnicos do setor fazem previsões nada animadoras.
O milho é o que está em pior situação nos 50 municípios da região. Mas a soja também foi seriamente prejudicada.
‘‘O milho foi prejudicado, primeiro em função da estiagem, e depois em razão do alto índice de infestação por pragas’’, informa o agrônomo Celso Aguiar, da Coodetec. Aguiar trabalha na área de melhoramento do milho, e teve que replantar 5 alqueires em uma área experimental no município de Palotina. ‘‘Isso aconteceu com muitos produtores’’, afirma. Em função da falta de chuvas, o plantio do milho foi retardado de meados de setembro (período ideal) para novembro. Na área plantada na regional de Cascavel da Seab (105 mil hectares), 20% das lavouras estão na fase de desenvolvimento vegetativo, 40% em floração e 40% em frutificação.
Em relação à soja, fazer previsão sobre os prejuízos gerados pela seca é ‘‘muito arriscado’’, segundo o agrônomo Marco A. de Oliveira, que também trabalha no melhoramento de plantas na Coodetec. Segundo ele, a soja tem capacidade de compensação muito grande. ‘‘Mas é certo que não teremos o mesmo potencial produtivo dos anos anteriores’’, afirma. A produtividade no ano passado chegou a 190 sacas/alqueire, média que deve cair para 170 sacas.
Segundo o Deral de Cascavel, dos 365 mil ha projetados para o plantio de soja, apesar da seca, houve uma quebra de apenas 1%. ‘‘A maioria dos produtores do Oeste replantou cultura’’, observa o técnico Jovelino Pertille. Só na região do Lago de Itaipu, por exemplo, foram replantados 5 mil ha.