Imagem ilustrativa da imagem Taxa de inadimplência sobe 8,5% em dezembro, aponta Acil

O índice de inadimplência em Londrina voltou a crescer no último mês de dezembro. Os indicadores do SPC/Acil (Sistema de Proteção ao Crédito da Associação Comercial e Industrial de Londrina) apontam alta de 8,5% em relação a dezembro de 2020. No acumulado do ano, em 2021 houve aumento de 12,9% no número de pessoas inscritas no cadastro de devedores na comparação com o ano anterior.

Enquanto a taxa de permanência no SPC no município ficou em 30,9% no ano passado, pouco acima do registrado em 2020, quando o índice foi de 29%, houve uma ligeira queda no índice dos que conseguiram sair da lista de inadimplentes de um ano para outro, baixando de 71% em 2020 para 69,1% no ano passado. No ano, porém, o número de pessoas que retiraram seus nomes do cadastro de devedores subiu 9,8% na comparação com 2020.

“O ano de 2020 foi o que teve menor número de inscritos no SPC na série de quatro anos por causa do efeito da pandemia. As pessoas retraíram o consumo e, dadas as incertezas econômicas e sanitárias, contraíra menor volume de dívida. Então, embora tenha tido esse crescimento de 12,9% em 2021, a alta reflete a retomada, a flexibilização das atividades econômicas, que ativa a necessidade de maior consumo e o maior volume de crédito”, avaliou o economista Azenil Staviski. Quando há o reaquecimento da economia, disse ele, o número de inscritos no SPC pode aumentar, em uma correlação direta.

A inadimplência que vem no rastro do aumento do consumo, destacou o economista, é resultado da má avaliação da capacidade de pagamento por quem busca crédito. “As pessoas têm que entender que o recurso não é deles e à medida que ultrapassa a capacidade de pagamento, cai na inadimplência, é um processo dinâmico.”

ATIVIDADE INDUSTRIAL

Nesta quinta-feira (6), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou os dados da produção industrial nacional, que mostraram um recuo de 0,2% em novembro de 2021 na comparação com outubro e retração de 4,4% na comparação com igual mês do ano anterior. É a sexta queda consecutiva do indicador e o resultado é mais um sinal de fragilidade da economia no quatro trimestre do ano passado. A produção industrial está 4,3% abaixo do patamar pré-pandemia.

Os números da atividade industrial medidos pelo IBGE ajudam a explicar os índices de inadimplência. No país, em outubro do ano passado, havia 63 milhões de pessoas inscritas no cadastro de devedores. Segundo Staviski, se um ramo da economia desaquece, pode ocorrer um maior volume de desemprego naquele setor, fator que pode contribuir para a alta no número de devedores. “Claro que o setor industrial não é exclusivamente o determinante, no geral, mas se a atividade econômica como um todo se retrair, aumenta a inadimplência dada a falta de emprego. Mas é importante destacar que a inadimplência não é só um fator de desemprego, é mais proporcional ao descontrole financeiro pessoal e familiar.”(Com Folhapress)