Superbac inaugura no Paraná a mais moderna biofábrica da América Latina
Com investimento de mais de R$ 100 milhões, complexo em Mandaguari será referência em pesquisa e desenvolvimento em soluções biotecnológicas
PUBLICAÇÃO
quinta-feira, 21 de outubro de 2021
Com investimento de mais de R$ 100 milhões, complexo em Mandaguari será referência em pesquisa e desenvolvimento em soluções biotecnológicas
Celso Felizardo - Editor
Uma cerimônia na manhã desta quinta-feira (21) marcou a inauguração do projeto Superbac Innovation Center, em Mandaguari, na Região Metropolitana de Maringá. Trata-se de um complexo de 400 mil metros quadrados que será referência em pesquisa e desenvolvimento em soluções biotecnológicas, voltadas a atender o mercado de biodefensivos agrícolas, nutrição, fármacos, até mesmo com a possibilidade da produção de IFA, a matéria-prima para a produção de vacinas.
O evento teve a presença do governador Ratinho Junior e do vice-governador Darci Piana. Ratinho Junior destacou a grandiosidade do empreendimento e disse que a definição do Paraná como sede foi uma "escolha natural". "Nosso Estado como um todo está em uma condição privilegiada de competitividade. Esse eixo norte, que abrange as regiões de Londrina e Maringá, está se tornado um polo industrial robusto. Temos todas as condições de abrigar empresas de alta complexidade, como a Superbac", comentou.
O complexo industrial que teve investimento de mais de R$ 100 milhões tem a previsão de produzir 50 mil toneladas de insumos por ano, com estimativa de faturamento de R$ 1 bilhão para 2022. A conclusão da biofábrica, fase final de um projeto iniciado em 2015, tem foco na autossuficiência. A empresa que tem 25 anos de mercado, espera acabar com a dependência de tecnologia internacional que ainda é empregada em um dos processos.
De acordo com afirma Luiz Chacon Filho, founder e CEO da Superbac, o objetivo é fechar o ciclo completo, que vai da bioprospecção, ao processo de desenvolvimento, escalonamento em planta piloto e elaboração do produto final em escala industrial. ”Ele representa uma mudança em nosso modelo de negócios e coloca o Brasil como uma das principais referências internacionais em biotecnologia”, ressalta.
A biofábrica contempla os laboratórios e toda a estrutura de P&D, onde atuam cerca de 60 pesquisadores. A Superbac, que mantém uma unidade em Cotia (SP) e outra em Medellín, na Colômbia, espera avanços na produção de componentes (proteínas, enzimas, microrganismos e toda uma gama de ingredientes), para outras empresas. Também está apta a realizar a prestação de serviços em biotecnologia, desenvolvimento e escalonamento de processos de clientes e de parceiros, entre outras atividades.
O Superbac Innovation Center dará maior capacidade produtiva para os negócios atuais e abrirá um leque de oportunidades para ingressar em múltiplos segmentos, inclusive na produção de ativos em mercados de alto valor agregado como em fármacos e saúde, com potencial, por exemplo, de elaboração de probióticos, biodefensivos, enzimas, metabólitos de origem microbiana e até de IFA’s.
Com capacidade nominal de produção de componentes de 50 mil litros, por ciclo, ela também ampliará oportunidades em áreas como cosméticos, alimentação humana e animal e soluções ambientais, além de abrir espaço para exportação de microrganismos, e de componentes biotecnológicos como proteínas, enzimas, corantes naturais, entre outros.
Uma das vantagens da planta é que ela foi idealizada para garantir flexibilidade de produção, podendo cultivar até três microrganismos diferentes ao mesmo tempo. De acordo com Giuliano Pauli, diretor de inovação da Superbac, essa versatilidade e amplitude para atender uma enorme gama de empresas e indústrias, aliada a estrutura de vanguarda de seu P&D, deixa a empresa em uma posição única no País, sem concorrentes. “Estamos muito à frente em tecnologia na América Latina, com uma biofábrica comparada às de nações como Alemanha, Dinamarca e Estados Unidos”, destaca.
Crescimento, estrutura e sustentabilidade
Segundo Mozart Fogaça Júnior, vice-presidente da empresa, com a partida do Superbac Innovation Center, o plano estratégico será o de manter uma meta agressiva de crescimento de 25% ao ano, pelos próximos dez anos. Ainda de acordo com o executivo, além de aumentar a rentabilidade, a biofábrica tornará a empresa mais competitiva, eliminando a dependência do fornecimento externo e entraves como prazos de entrega e variação cambial.
“Há muitas dificuldades para encontrar fornecedores que tenham a diversidade, qualidade e certificações exigidas por nós. Em biotecnologia, autonomia em insumos é fator estratégico e de valorização para o mercado”, lembra Fogaça.
Equipada com o que há de mais moderno em biotecnologia no mundo, a biofábrica é totalmente asséptica. Os produtos (como por exemplo microrganismos), circulam por tubulações e tanques herméticos, que são higienizados automaticamente, sem a necessidade de pessoas para limpeza ou desmonte da planta.
No que diz respeito ao meio ambiente, a Superbac é referência em sustentabilidade, com um portfólio que nasceu alinhado aos preceitos de ESG. A biotecnologia e a sustentabilidade são inerentes ao DNA da empresa.
Na planta há um circuito automatizado que recupera as soluções de limpezas e as reutiliza, o que permite reduzir o consumo de água potável em milhares de litros por dia de operação. Já os efluentes são todos corretamente destinados e, inclusive, há projetos em desenvolvimento para obter novos produtos à base desses efluentes.
O revestimento térmico dos quase 10 km de tubulação instalada na biofábrica e na central de utilidades é baseado nas propriedades isolantes do ar, utilizando uma tecnologia inovadora, totalmente limpa e reutilizável. A empresa tem ainda a emissão atmosférica extremamente baixa e utiliza energia verde, comprando de fontes sustentáveis.
O Superbac Innovation Center foi concebido para gerar melhoria da eficiência dos processos produtivos com soluções que não causem impacto ao meio ambiente. No segmento agro, por exemplo, é possível utilizar menos fertilizantes químicos no campo, e substituir aplicações de defensivos químicos, por microrganismos benéficos. Já em indústrias complexas como de óleo e gás, os bioprodutos ofertados são aplicados no tratamento de efluentes e resíduos, eliminando, de forma natural, grandes passivos ambientais. Em todos os setores de atuação a biotecnologia gera ganhos relevantes em sustentabilidade.
“É a realização de um verdadeiro sonho. Com o Superbac Innovation Center, ampliaremos nossa missão de decodificar a inteligência da natureza para trazer as melhores e mais sustentáveis soluções para os mais diversos setores da economia”, destaca Luiz Chacon Filho.