A Copel espera finalizar ainda neste mês o processo licitatório para contratação da empresa responsável pela implantação de três usinas solares fotovoltaicas que serão construídas junto a subestações de energia da estatal. As plantas ficarão em Arapongas (Região Metropolitana de Londrina), Paranacity (Noroeste) e Umuarama (Oeste) e, somadas, irão gerar 4,5 MWp (megawatt-pico) que serão utilizados para compensar parte do consumo da própria companhia energética, nas subestações e prédios administrativos.

“É um projeto inédito no Brasil. Normalmente, a usina não está dentro do terreno de uma estação. A gente vai aproveitar espaços dentro das subestações para colocar as usinas e testar o conceito de ter a menor perda possível”, disse o superintendente de Smart Grid e Projetos Especiais da Copel, Júlio Shigeaki Omori.

A unidade de Umuarama terá a maior capacidade, com 2,6 MWp (megawatt-pico). A de Arapongas irá operar com 1,4 MWp e a de Paranacity, 0,7 MWp. A Copel calcula que os 4,5 MWp seriam suficientes para abastecer cinco mil unidades residenciais. Mas trabalhando de forma conectada, as três subestações vão gerar uma compensação de 8 mil MWh (megawatt-hora), o que corresponde a 35% do consumo da subsidiária de distribuição da companhia, que é de 21 MWh por ano.

Os locais para construção das usinas solares foram escolhidos considerando-se a área disponível para acomodar as placas fotovoltaicas e a incidência de luz solar. A expectativa da Copel é que o contrato com a vencedora da concorrência seja assinado neste mês e que as usinas solares estejam construídas até janeiro para iniciarem as operações ainda em 2024.

Omori destacou que a construção de usinas solares dentro de subestações de energia é um projeto inédito, mas que dentro desse projeto a Copel quer ser pioneira também em VPP (Virtual Power Plant). Traduzido para o português, o termo significa Planta Virtual de Energia e consiste em recursos de energia distribuídos de pequena escala que são conectados a uma rede virtual.

Com a VPP, a Copel irá criar a possibilidade de interagir com os inversores para alterar seus ajustes de forma a aumentar a eficiência energética evitando, por exemplo, a sobrecarga no sistema. Em usinas solares, os inversores podem ser definidos como o cérebro que comanda as placas fotovoltaicas e esses equipamentos estão preparados para se conectar com outro sistema por meio de wi-fi. “Dentro das estações, a gente já tem a nossa comunicação de dados da Copel chegando até a subestação. Vamos integrar até os inversores”, explicou Omori.

As VPPs também viabilizam a prestação de serviços ancilares, que garantem o funcionamento adequado do sistema elétrico de ponta a ponta. “O consumidor (que tem um sistema de geração própria de energia) vai receber o valor fixo por deixar a geração ser controlada e por usar a geração em favor do sistema. Esse conceito de serviços ancilares é o futuro da energia elétrica”, ressaltou Omori. “Assim, conseguimos extrair o máximo de benefício da GD (Geração Distribuída).”

As usinas solares da Copel em Arapongas, Paranacity e Umuarama são o início de um projeto que estuda a implantação de outras seis unidades, uma delas, em Londrina. A expansão, no entanto, ainda não tem data para começar.