Os sócios Giovanna de Oliveira e Gabriel Beraldo, da Bioprint, e o diretor comercial da Pfizer, Vagner Pin, no 4º Prêmio Desafio Pfizer
Os sócios Giovanna de Oliveira e Gabriel Beraldo, da Bioprint, e o diretor comercial da Pfizer, Vagner Pin, no 4º Prêmio Desafio Pfizer | Foto: Divulgação


Após sofrerem uma fratura, alguns animais precisam utilizar implantes ósseos - como enxertos e parafusos - até a sua completa recuperação. Mas nem sempre é possível encontrar um implante do tamanho e formato adequados para cada um e, além disso, o animal precisa passar por dois procedimentos: uma para colocar o implante e outra para retirar.

Uma startup da aceleradora Hotmilk, do campus da PUCPR em Curitiba, desenvolveu um polímero vitrocerâmico bioabsorvível que poderá servir como base para a matéria-prima de impressão de implantes em 3D. O material deverá ser incorporado ao filamento utilizado nessas impressoras. A ideia é poder imprimir implantes do tamanho e formatos necessários para cada caso. E o mais importante: o material pode ser absorvido pelo organismo, descartando a necessidade de uma segunda cirurgia para a retirada do implante. "Com isso reduzimos o tempo de recuperação", acrescenta Giovanna Oliveira, estudante do curso de Medicina Veterinária da PUCPR e uma das sócias da startup, junto com Gabriel Schnepper Beraldo e Maria Cristina Vasconcellos. Segundo ela, o material desenvolvido demora cerca de 18 semanas para ser absorvido pelo organismo.

A princípio, o material será utilizado na medicina veterinária, para implantes em animais de pequeno porte. Mas o grande objetivo da Bioprint é a aplicação do produto na medicina humana. A solução foi a primeira colocada entre as startups concorrentes do 4º Prêmio Desafio Pfizer, promovido pela farmacêutica. O desafio premia startups, inventores, universitários e pesquisas médicas inovadoras.

Os três vencedores da categoria "Sempre on Innovation" - que inclui startups, inventores e universitários - receberão passagens aéreas e hospedagens para participar do SXSW Conference & Festivals 2019, um dos maiores eventos de inovação do mundo, que ocorrerá entre 7 e 13 de março, em Austin (EUA). Todos os finalistas (três por subcategoria) serão convidados a participar de uma semana de incubação em inovação e treinamentos, que contará com palestras, mentoria e workshops no Laboratório de Inovação na sede da Pfizer (Pfizer sempre on Lab), em São Paulo.

Também de Curitiba, a startup NextCam é finalista do HackBrazil, uma competição do Brazil Conference at Harvard & MIT, que acontece de 5 a 7 de abril em Boston, nos EUA. A startup faz parte do Academic Working Capital (AWC), iniciativa de empreendedorismo universitário do Instituto TIM. Junto a outras quatro startups brasileiras, a NextCam será levada à Brazil Conference 2019, onde apresentarão seus projetos para a MIT e a Harvard. Uma banca de jurados irá definir o vencedor, que ganha R$ 75 mil para o desenvolvimento do projeto. O segundo lugar fica com R$ 25 mil.

A NextCam é formada por três ex-estudantes do curso de Engenharia Elétrica da UFPR (Universidade Federal do Paraná). Eles desenvolveram um software com Inteligência Artificial capaz de identificar através de imagens de câmeras posicionadas em canteiros de obras situações que representam riscos à segurança do trabalho. Mais que detectar situações de risco em tempo real, o software é capaz de gerar relatórios para que as empresas tomem medidas preventivas a fim de assegurar a segurança do trabalho dos seus colaboradores.

As câmeras ficam instaladas na entrada do canteiro de obras ou em zonas de risco onde não é permitida a entrada de pessoas. O software é capaz de detectar, por meio das imagens, a entrada de pessoas em áreas proibidas ou quando um operário entra no canteiro de obras sem usar equipamentos de proteção individual como capacetes e luvas, por exemplo. A Inteligência Artificial permite ainda que o software melhore o seu desempenho ao longo do tempo. "A grande sacada é que quanto mais tempo a câmera fica instalada no mesmo canteiro de obras, melhor e mais preciso fica o software ao identificar padrões e desvios", assinala Guilherme Vogt, um dos sócios da NextCam junto com Luis Souza e Adriano dos Santos. Segundo Vogt, o setor de Construção Civil foi foco do produto por ter uma demanda muito forte em relação à segurança do trabalho. "A construção civil tem uma dor forte em relação à segurança do trabalho, onde tem muitos problemas relacionados à segurança. E é um setor onde esse tipo de problema custa muito caro."