Imagem ilustrativa da imagem Startups londrinenses vão participar do InovAtiva Brasil
| Foto: Marcos Zanutto
Luis Henrique Lopes, Eduardo Kenji e Willian de Melo Machado, da Inside Places VR, querem levar a Realidade Virtual a mais empresas do País



As chances de uma cidade ter projetos inovadores abrigados dentro de aceleradoras, incubadoras e até mesmo dentro das casas e de outras empresas que não chegam ao conhecimento de seus próprios habitantes são muito grandes. Agora imagine essa mesma situação em um âmbito nacional. No universo das startups, uma maneira de se tornar conhecido é participando de programas de estímulo a essas empresas.
O InovAtiva Brasil, por exemplo, divulgou recentemente uma lista de 300 startups selecionadas para o seu 2º Ciclo de Aceleração, entre mais de 1,1 mil inscritas. Seis startups londrinenses ficaram entre as escolhidas. Outras duas são da Região Norte do Estado. Em todo o Paraná, 37 startups foram listadas. "O programa dá evidência, cria um certo ranking das startups", comenta Fabrício Bianchi, consultor do Sebrae/PR.
O programa foi criado pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) para auxiliar empreendedores iniciantes no estabelecimento de negócios inovadores. Segundo Bianchi, trata-se de um dos maiores programas de aceleração de startups do Brasil. As selecionadas têm acesso por um período de cinco meses a capacitações, mentoria individual e suporte para internacionalização. Das 300, 125 podem passar para a etapa final do ciclo e apresentar seus negócios a empresas e investidores.
A inovação, a viabilidade do negócio no mercado e a maturidade da equipe estão entre os critérios de seleção do programa, explica o consultor do Sebrae/PR. "O que julgo ser mais importante é a questão da aceitação do mercado em relação ao projeto de produto ou serviço", pontua. "A maturidade da equipe no negócio também é um ponto muito forte." Se a startup foi selecionada pelo programa, isso demonstra que a empresa possui esses diferenciais em relação às demais. "É um termômetro da maturidade dos projetos."
Na visão do consultor, o programa de aceleração também ajuda a "mapear" startups que muitas vezes não estão à vista de todos. "Muitas vezes uma pessoa desenvolve uma startup na casa dele, em espaços colaborativos, e não têm contato. Programas de aceleração ajudam a mapear startups que desconhecíamos."

Visibilidade
Uma das selecionadas pelo InovAtiva, o Inside Places VR, de Londrina, tem menos de seis meses de existência e quer levar a experiência imersiva da Realidade Virtual (RV) a mais empresas do País. Utilizando o design em três dimensões e em 360º e óculos de Realidade Virtual, a startup recria espaços que podem levar consumidores a um tour virtual por lugares que não necessariamente existem fisicamente ou que estejam distantes. Pode ser o projeto de um apartamento que ainda está sendo construído, ou uma vinícola no Chile. "A única coisa que precisamos é a planta baixa do projeto", comenta Luis Henrique Lopes, sócio da Inside Places VR com Eduardo Kenji e Willian de Melo Machado. O projeto saiu da união de uma empresa de criação de websites com um designer gráfico e um consultor de negócios.
O Cheep App, hospedado na aceleradora HubGenial, de Londrina, faz uma comparação de preços inteligente de maneira que o consumidor possa encontrar o melhor preço para o que precisa mais perto de sua casa. O banco de dados é colaborativo, ou seja, alimentado pelos próprios usuários. "Além de comparar preço tenho a possibilidade de geolocalização, porque às vezes quero fazer a compra de uma caixa de leite, mas não quero ir do outro lado da cidade para pagar R$ 0,10 a menos", explica Gilson Doi Junior, fundador do Cheep App. A ferramenta deve ser lançada para o público ainda esta semana.
App útil para quem gosta de futebol e quer uma maneira prática de organizar partida entre amigos, o InSoccer já ficou entre as 30 melhores startups do programa de pré-aceleração Like a Boss 1UP, do Sebrae, e agora chegou também ao InovAtiva em busca de investimento para "acelerar" o negócio. "O app foi lançado em abril e agora está em busca de investidores", diz Renan Akaishi, sócio do InSoccer com Diego Faustino.
Para ele, a seleção em um programa de aceleração vai ajudar o negócio a ter visibilidade no mercado e a encontrar investidores. "No primeiro lançamento o app foi validado, tivemos mais de 600 usuários em uma semana e fechamos com todos os campos que alugam quadra em Londrina. Agora sentimos que precisamos melhorar o sistema e conseguir investimento para todo mundo trabalhar full time no projeto."