Starbucks desiste de abrir lojas em shoppings de Londrina
Rede de cafeterias planejava inaugurar duas unidades na cidade, mas após pedido de recuperação judicial, contratos foram rescindidos
PUBLICAÇÃO
terça-feira, 21 de novembro de 2023
Rede de cafeterias planejava inaugurar duas unidades na cidade, mas após pedido de recuperação judicial, contratos foram rescindidos
Simoni Saris - Grupo Folha
Com uma dívida de R$ 1,8 bilhão e um pedido de recuperação judicial apresentado à Justiça de São Paulo no último dia 31 de outubro, a SouthRock Capital, empresa que opera as lojas da rede Starbucks no Brasil, cancelou a abertura de novas operações no país, incluindo as duas unidades previstas para serem inauguradas até o final deste ano em Londrina. Os shoppings Aurora e Catuaí informaram que procuram novos investidores para os espaços reservados pela rede de cafeterias.
No Aurora Shopping, o local onde seria instalada uma loja da
Starbucks permanece com os tapumes indicando a proximidade da inauguração, mas por
meio de sua assessoria a administração do shopping esclareceu estar em “processo
de rescisão contratual com a empresa locatária, retomando em breve o espaço
para nova locação”.
O Catuaí Londrina reforçou, também por meio de sua
assessoria de comunicação, que a decisão sobre o cancelamento do contrato para
a abertura de uma unidade da Starbucks partiu da rede operadora e que o
shopping está em contato com outros investidores para a ocupação do espaço. Nenhum
dos dois empreendimentos detalhou os termos da rescisão contratual.
Dados extra oficiais apontam que a SouthRock operava 187
lojas da Starbucks no país e após o pedido de recuperação judicial, 43 lojas teriam
fechado em São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre, restando 144 em
funcionamento. No perfil oficial da rede no Brasil no Instagram, as postagens
mais recentes somam milhares de comentários de clientes reclamando do
fechamento de lojas e de funcionários que teriam sido desligados da empresa sem
o recebimento das verbas rescisórias. Em uma das postagens, a empresa se
pronunciou, informando que “está ajustando algumas frentes operacionais e de
negócios” e, durante o processo, algumas lojas foram fechadas, mas que a rede
segue operando “normalmente”.
Além da Starbucks, a SouthRock Capital opera também outras marcas,
entre elas, Subway, Eataly e TGI Fridays no Brasil. O pedido de recuperação
judicial atinge outras 24 marcas do grupo. A Subway não está entre elas.
DESPEJO
Os problemas financeiros enfrentados pela SouthRock Capital colocam em risco também o escritório da empresa, na
avenida Paulista, em São Paulo. No último dia 6 de novembro, a Fundação Cásper
Líbero, proprietária do imóvel, entrou com uma ação de despejo por falta de pagamento.
A fundação calcula que teria a receber R$ 3,3 milhões apenas em aluguéis
atrasados. O contrato de aluguel de um pavimento térreo e outros cinco andares
no mesmo prédio foi assinado em fevereiro de 2019.
Documentos encaminhados à Justiça de São Paulo no processo de recuperação judicial apontam que as empresas sob gestão da SouthRock no Brasil acumulam dívidas com 2.357 credores. As dívidas trabalhistas chegam a R$ 10,447 milhões, resultantes do desligamento de 885 funcionários.
No mundo, a Starbucks tem mais de 38 mil pontos de venda em
80 países. A maioria, que soma mais de 16 mil lojas, está nos Estados Unidos de
acordo com informações da Starbucks global.
A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa
da SouthRock Capital, mas até o fechamento desta edição, não obteve resposta.(Com Folhapress)