O aumento do custo operacional do transporte resultante das más condições das rodovias reflete também no Custo Brasil, ressaltou o gerente de Conselhos Temáticos da Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), João Arthur Mohr. “Uma indústria que tem que deslocar o seu produto até o cliente em uma estrada irregular eleva o Custo Brasil em torno de 30% em razão, principalmente, da redução da velocidade média do caminhão”, explicou. Enquanto o Brasil gasta 12% de seu PIB (Produto Interno Bruto) em logística, comparou Mohr, os Estados Unidos gastam 8%. “Proporcionalmente, o nosso custo é 50% maior do que o americano. Primeiro porque a gente escolheu o modal mais caro para transportar nossas cargas. Sessenta e cinco por cento do transporte das nossas cargas é rodoviário. Nos Estados Unidos, as formas de transporte são mais eficientes, por ferrovias, hidrovias.”

Além de fomentar o investimento em ferrovias para o transporte de granéis sólidos, líquidos e contêineres, sugere Mohr, reduzindo o transporte rodoviário de cargas, uma alternativa para melhorar a qualidade das estradas brasileiras seria criar pedágios de manutenção, com tarifação isenta de imposto. Um projeto do Dnit (Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes) prevê a instalação de portais para cobrança eletrônica de pedágio em estradas com menor fluxo de veículos. Para viabilizar a proposta, adiantou Mohr, seriam necessárias mudanças na legislação. “Com essa crise fiscal que existe no Brasil, toda a arrecadação vai para a folha de pagamento, saúde, educação, previdência. Não sobra dinheiro sequer para fazer a manutenção das rodovias”, disse.