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Sócios dizem à Anatel que vão garantir caixa da Sercomtel

Dinheiro viria da Copel, que precisa antes reverter decisão de seu Conselho de Administração que proíbe investimentos na telefônica londrinense

ATUALIZAÇÃO
11 de abril de 2019

Nelson Bortolin - Grupo Folha
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Os sócios da Sercomtel disseram nesta quarta-feira (10), em reunião na sede da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que estão trabalhando para garantir o fluxo de caixa da empresa até a privatização. O dinheiro, caso necessário, viria da Copel, que detém 45% das ações ordinárias da operadora.


Mas, para isso, será preciso reverter uma decisão do Conselho de Administração da companhia de energia elétrica, que proíbe a destinação de recursos à empresa londrinense. “Com a lei aprovada, existe a possibilidade de retomar a discussão no conselho”, disse o presidente da Copel Telecom, Wendell Alexandre Paes de Andrade de Oliveira, que está na cidade acompanhando o governador Ratinho Júnior na programação da ExpoLondrina. Ele se refere ao projeto de lei enviado na véspera à Câmara pelo prefeito Marcelo Belinati.


A proposta, que ainda vai passar pelas comissões internas do Legislativo antes de ser apreciada em Plenário, autoriza o Município a vender sua parte na Sercomtel (55%) mediante leilão na bolsa de valores ou por outro meio legal.  “Agora, começamos a criar um ambiente favorável (para a Copel colocar dinheiro na Sercomtel)”, disse Oliveira.


Ele deixou claro que o socorro à Sercomtel, se aprovado, ocorrerá somente para solucionar problemas de fluxo de caixa. A companhia não pretende investir na operadora telefônica. “É um cenário de competição muito acirrado (nas telecomunicações) tanto para a Sercomtel quanto pela Copel Telecom”, afirmou o presidente ressaltando que a Copel Telecom também deve ser privatizada.


A reportagem questionou Oliveira sobre a proposta feita pela sócia minoritária da Sercomtel, a SPE (Sociedade de Propósito Específico) Dez de Dezembro, de investir R$ 120 milhões na empresa. Essa alternativa dispensaria licitação e a SPE assumia o controle acionário da Sercomtel. “Acho que o plano de aumento de capital é positivo, mas o entendimento jurídico dos sócios é que é preciso dar oportunidade para outras empresas (de investirem na operadora telefônica)”.


O superintendente-executivo da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, afirma que a preocupação maior da agência é garantir o fluxo de caixa da Sercomtel até uma decisão definitiva para a empresa, que vive grave crise financeira. Ele ressaltou que a proposta dos sócios não foi formalizada.


A agência pode cassar a autorização que a Sercomtel detém para operar telefonia fixa. Um processo de caducidade da outorga foi suspenso por 120 dias contados a partir de 25 de março para que os sócios encontrassem uma saída.


Baigorri vem a Londrina nesta sexta-feira (12) participar de uma reunião pública convocada pela Comissão Especial de Acompanhamento do Processo de Caducidade da Sercomtel na Câmara Municipal. Além dele, devem participar a diretoria da operadora, os sócios majoritários (Prefeitura e Copel) e os minoritários, entre eles a Dez de Dezembro. A reunião começa às 14 horas, no plenário do Legislativo.


A reportagem não conseguiu falar com o presidente da operadora, Cláudio Tedeschi, que estava em viagem de volta para a cidade nesta quarta-feira no início da noite. A FOLHA apurou que a Sercomtel deve começar a apresentar problemas de caixa nos próximos meses.


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