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. | Foto: MARCOS ZANUTTO

Os sócios da Sercomtel disseram nesta quarta-feira (10), em reunião na sede da Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações), que estão trabalhando para garantir o fluxo de caixa da empresa até a privatização. O dinheiro, caso necessário, viria da Copel, que detém 45% das ações ordinárias da operadora.


Mas, para isso, será preciso reverter uma decisão do Conselho de Administração da companhia de energia elétrica, que proíbe a destinação de recursos à empresa londrinense. “Com a lei aprovada, existe a possibilidade de retomar a discussão no conselho”, disse o presidente da Copel Telecom, Wendell Alexandre Paes de Andrade de Oliveira, que está na cidade acompanhando o governador Ratinho Júnior na programação da ExpoLondrina. Ele se refere ao projeto de lei enviado na véspera à Câmara pelo prefeito Marcelo Belinati.


A proposta, que ainda vai passar pelas comissões internas do Legislativo antes de ser apreciada em Plenário, autoriza o Município a vender sua parte na Sercomtel (55%) mediante leilão na bolsa de valores ou por outro meio legal. “Agora, começamos a criar um ambiente favorável (para a Copel colocar dinheiro na Sercomtel)”, disse Oliveira.


Ele deixou claro que o socorro à Sercomtel, se aprovado, ocorrerá somente para solucionar problemas de fluxo de caixa. A companhia não pretende investir na operadora telefônica. “É um cenário de competição muito acirrado (nas telecomunicações) tanto para a Sercomtel quanto pela Copel Telecom”, afirmou o presidente ressaltando que a Copel Telecom também deve ser privatizada.


A reportagem questionou Oliveira sobre a proposta feita pela sócia minoritária da Sercomtel, a SPE (Sociedade de Propósito Específico) Dez de Dezembro, de investir R$ 120 milhões na empresa. Essa alternativa dispensaria licitação e a SPE assumia o controle acionário da Sercomtel. “Acho que o plano de aumento de capital é positivo, mas o entendimento jurídico dos sócios é que é preciso dar oportunidade para outras empresas (de investirem na operadora telefônica)”.


O superintendente-executivo da Anatel, Carlos Manuel Baigorri, afirma que a preocupação maior da agência é garantir o fluxo de caixa da Sercomtel até uma decisão definitiva para a empresa, que vive grave crise financeira. Ele ressaltou que a proposta dos sócios não foi formalizada.


A agência pode cassar a autorização que a Sercomtel detém para operar telefonia fixa. Um processo de caducidade da outorga foi suspenso por 120 dias contados a partir de 25 de março para que os sócios encontrassem uma saída.


Baigorri vem a Londrina nesta sexta-feira (12) participar de uma reunião pública convocada pela Comissão Especial de Acompanhamento do Processo de Caducidade da Sercomtel na Câmara Municipal. Além dele, devem participar a diretoria da operadora, os sócios majoritários (Prefeitura e Copel) e os minoritários, entre eles a Dez de Dezembro. A reunião começa às 14 horas, no plenário do Legislativo.


A reportagem não conseguiu falar com o presidente da operadora, Cláudio Tedeschi, que estava em viagem de volta para a cidade nesta quarta-feira no início da noite. A FOLHA apurou que a Sercomtel deve começar a apresentar problemas de caixa nos próximos meses.