A SRP (Sociedade Rural do Paraná) informou nesta quinta-feira (24) que a 60ª edição da Exposição Agropecuária e Industrial de Londrina (ExpoLondrina) será transferida para abril de 2022.

Imagem ilustrativa da imagem Sociedade Rural do Paraná transfere ExpoLondrina para 2022
| Foto: Divulgação/ExpoLondrina

A decisão foi tomada devido à atual situação da pandemia da Covid-19, além de posicionamentos da 24ª Promotoria de Justiça de Londrina, amparada por parecer do Comitê de Crise da Saúde de Londrina, e da Prefeitura de Londrina, que enviaram à SRP documentos recomendando a não realização da ExpoLondrina 2021.

"Tendo em vista o respeito que a Sociedade Rural do Paraná sempre teve para com a saúde e bem-estar da população de Londrina e região, assim como com seus parceiros, clientes, visitantes e funcionários, reconhecendo, que nas atuais circunstâncias em que se encontram os resultados dessa luta gigantesca contra a epidemia da COVID 19 não seria responsável realizar um evento de tal magnitude com a concentração de um grande número de pessoas, decidiu transferir a 60ª edição da Exposição Agropecuária de Londrina que estava programada para acontecer no período de 06 a 15 de agosto de 2021 para a data de 01 a 10 de abril de 2022", afirmou a SRP em comunicado.

No dia 26 de maio, entidades de saúde de Londrina enviaram à SRP uma nota conjunta assinada pela promotora da 24ª Promotoria de Justiça de Londrina, Susana de Lacerda, recomendando a não realização da ExpoLondrina, que estava agendada para agosto.

Na nota, as entidades expõem a situação em que se encontra a pandemia na cidade, bem como o sistema de saúde. "O Sistema de Saúde de Londrina está em sua capacidade máxima de prestação de atendimento, tanto no que se refere à infraestrutura física de leitos, quanto em relação à disponibilidade de materiais, equipamentos e recursos humanos especializados", diz o documento.

Diante do cenário, caracterizado como de "iminente colapso do sistema de saúde", e do ritmo lento da vacinação em todo o País, as entidades reiteram a necessidade de intensificar os esforços para o cumprimento das medidas sanitárias de combate à disseminação da Covid-19.

"Tudo isso vai de encontro à prática de grandes eventos que gerem expressiva aglomeração de pessoas, advindas das mais variadas regiões do país e em trânsito no município de Londrina. Significa dizer que: resta inviável e extremamente temerosa a realização da 60ª edição da 'ExpoLondrina' – feira esta que, nos últimos anos, recebeu mais de 500 mil pessoas", diz a nota.

Nesta quarta-feira (23), a Prefeitura de Londrina também encaminhou um ofício ao diretor presidente da SRP, Antônio Sampaio recomendando que a entidade não realizasse o evento durante o ano de 2021, devido ao risco de colapso da rede hospitalar e da necessidade de esforços para o cumprimento de medidas sanitárias.

No documento, a prefeitura afirma que havia 63 pacientes aguardando um leito de UTI, e que a capacidade de atendimento na cidade está "em seu nível máximo, tanto em relação à infraestrutura física quanto em relação à disponibilidade de materiais, equipamentos e recursos humanos especializados".

Durante participação na sessão da Câmara de Vereadores desta quinta-feira (24), o diretor presidente da SRP, Antônio Sampaio, pontuou que a entidade consultou órgãos técnicos responsáveis a respeito da realização da ExpoLondrina e acatou as recomendações do Comitê de Crise da Saúde e da Prefeitura de Londrina.

Segundo ele, o evento reúne mais de 500 mil visitantes por ano. "Não havia possibilidade de juntar esse tanto de gente de jeito nenhum. Seria no mínimo uma irresponsabilidade. Eu não permitiria isso", disse ele em entrevista após a sessão.

O evento movimenta em média mais de R$ 600 milhões em negócios, recebe mais de 3.200 expositores e gera cerca de 8 mil empregos por ano, disse ainda Sampaio. "Infelizmente, perde a região em atividade econômica, comercialização, emprego, informação. Isso se perde, mas fazer o quê. Estamos em meio a uma crise."

De acordo com ele, o prejuízo da organização este ano não foi tão grande quanto no ano passado porque os contratos com expositores e fornecedores não chegaram a ser feitos. "Ficamos aguardando que a área técnica se pronunciasse." O prejuízo, diz, será da receita, que mais uma vez não virá com o cancelamento do evento.