O economista Gustavo Fanaya, do Sindicato de Carnes do Paraná (Sindicarne), não acredita que a crise de febre aftosa no rebanho bovino inglês irá aumentar a exportação da carne bovina brasileira. ‘‘Seria ótimo se isso acontecesse, mas além de uma forte política protecionista, os produtores ingleses, e europeus em geral, são organizados e não irão permitir que o mercado se abra para a carne brasileira. Eles sabem que poderia ser um caminho irreversível para a economia deles’’, afirmou.
Segundo Fanaya, a cota brasileira de exportação de carne bovina para Inglaterra, é de no máximo 60 mil toneladas por ano, quantia estipulada pelo governo inglês que não chega a 8% do que é produzido no País. No ano passado, as exportações brasileiras para a Europa foram de 280 mil toneladas. ‘‘Temos um grande potencial e eles sabem disso. É uma pena que ainda estejamos aprendendo a jogar o jogo da globalização e não temos muito poder de força na economia mundial’’, Fanaya ressaltou. E as restrições não são apenas para a carne brasileira – incluem carnes da Argentina e Austrália. Outra vantagem para os produtores ingleses, é que grande parte da produção é financiada pelo governo, que pagam altos subsídios para manter a sua economia interna forte e independente. Segundo Fanaya, os governos do Japão, Estados Unidos e Comunidade Européia gastam anualmente cerca de US$ 360 bilhões em subsídios.