Imagem ilustrativa da imagem Sistema de consórcios atinge níveis recordes em agosto

O sistema de consórcios atingiu níveis recordes no Brasil em agosto, quinto mês da pandemia do coronavírus, segundo a Abac (Associação Brasileira de Administradora de Consórcios). No período, foram comercializadas 314,24 mil novas cotas, o maior volume mensal já registrado pela associação nos últimos quinze anos, com destaque para os segmentos de veículos leves, motos e imóveis.

Imagem ilustrativa da imagem Sistema de consórcios atinge níveis recordes em agosto

A recuperação vem depois de uma queda acentuada. Abril foi o pior para as administradoras de consórcios. Neste mês, foram comercializadas apenas 128,35 novas cotas, o que representa uma queda de quase 55% em relação ao início do ano. De maio para cá, no entanto, esse valor apresentou crescimento de mais de 80%.

No ano, as adesões ao sistema de consórcios chegou a 1,83 milhões, com uma leve queda de 2,7% em relação ao mesmo período do ano passado, mas o segundo melhor resultado em dez anos. O número de participantes chegou a 7,5 milhões, um crescimento de 2,7% em relação ao mesmo período de 2019.

O volume mensal de negócios em agosto, de R$ 17,71 bilhões, foi o recorde do ano. De janeiro a agosto, o volume totalizou R$ 92 bilhões, com acréscimo de 8,6% em relação ao mesmo período do ano passado.

O volume de negócios se intensificou com o aumento do ticket médio, que no mês de agosto - R$ 56,36 mil -, cresceu 6% em comparação com o mês anterior e foi o maior no ano. Em relação ao mesmo mês do ano passado, o ticket médio também apresentou alta, de 12%.

Se por um lado a pandemia do coronavírus tirou a fonte de renda de muitos brasileiros, por outro, fez com que as pessoas gastassem menos devido ao isolamento social e passassem a investir no seu patrimônio. Isso, na opinião do diretor comercial da BR Consórcios, José Roberto Luppi, refletiu no crescimento do sistema de consórcios. Clientes que estavam inadimplentes começaram a procurar a empresa para regularizar os pagamentos. A venda de consórcios da empresa, que conta com 70 mil clientes ativos, também teve um salto de 176% no mês de agosto após queda de 64% em abril.

"Aqueles que têm renda fixa passaram a ter sobra de dinheiro. Em um primeiro momento percebemos um aumento da inadimplência, mas em um segundo momento dispararam as vendas, quando em agosto atingimos o recorde absoluto de vendas de 179%", afirma Luppi. "Hoje nossa adimplência está melhor que no começo do ano."

Para o presidente executivo, o sistema de consórcios é uma forma de aumentar o patrimônio. "Como estamos passando por um momento difícil, é preciso melhorar o patrimônio para enfrentar problemas que possam vir."

A Sicredi União PR/SP também observou crescimento no volume de vendas de consórcios, que chegou a R$ 153 milhões e 3,6 mil cotas no ano. De janeiro a agosto, houve um aumento de 25% nas vendas em comparação com o mesmo período do ano passado. O valor total da carteira cresceu 9%, totalizando R$ 894 milhões.

"A pandemia fez com que os brasileiros se preocupassem com as finanças pessoais e com isso aumentou a procura por alternativas rentáveis e econômicas, visando garantir o sustento da família através ampliação do patrimônio", diz Tatiane da Silva, assessora de consórcio da Sicredi União PR/SP.

Esse é o motivo pelo qual o consórcio de imóveis ter sido o mais procurado esse ano. "Diferente dos financiamentos, o consórcio não exige entrada, não tem juros, é mais simples, flexível e mais econômico. O consórcio de imóvel é uma ótima opção de investimento, porque é possível pagar aos poucos por um patrimônio que vai render estabilidade no futuro. O consorciado ainda tem o poder de compra à vista pagando a prazo."