Os Sindicatos dos Eletricitários de Londrina e Maringá pretendem entrar com uma denúncia no Ministério Público da Trabalho contra a Copel nas próximas semanas. O motivo é a centralização do serviço de call center da companhia paranaense em Curitiba, que está acontecendo gradativamente. Situação que estaria gerando uma pressão nos funcionários a pedir transferência para a Capital. Quem não aceitar, a alternativa seria a transferência para outros setores - não necessariamente na mesma cidade - e até, segundo funcionários da estatal, demissão por justa causa. Além dos municípios do Norte do Paraná, existem mais duas regionais no Interior com tal serviço: Maringá e Ponta Grossa. No total, são cerca de 267 trabalhadores nas quatro cidades.
De acordo com Paulo Sérgio Rodrigues, presidente do Sindicato dos Eletricitários de Londrina e Região (Sindel), a centralização dos serviços da Copel iniciará em abril e atingirá os quatro municípios. Ele calcula que em Londrina existam por volta de 30 funcionários na área (sem contar os terceirizados) e que a ação da companhia está acontecendo de forma velada. ''Isso está acontecendo aos poucos, sendo que alguns estão aceitando a transferência com medo de perder o emprego. Pretendemos entrar com a denúncia no Ministério do Trabalho em janeiro. Cada sindicato irá fazer a sua própria denúncia. A empresa tem que explicar o que está acontecendo'', relata.
Rodrigues diz que a possibilidade de demissões são reais pois não haveria cargos para todos nas demais áreas. Outra questão é que a carga horária de quem trabalha no call center é de seis horas e, se transferindo para outro cargo, passaria a oito horas. ''Isso pode acabar acontecendo sem um reajuste no salário'', comenta.
Jonas Braz, diretor financeiro do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas de Energia Elétrica de Maringá e Região Noroeste do Paraná (Steem), relata que houve uma reunião do sindicato com a superintedência da Copel há alguns dias, mas que não chegaram a nenhuma conclusão sobre o assunto. ''Sabemos de casos que a diretoria do call center aqui de Maringá chegou a falar de demissão. É uma situação bastante complicada e que acontece bem neste momento de festas de final de ano. Vamos tentar negociar. Caso não cheguemos a um acordo, vamos ao Ministério Público'', salienta Braz, que estima que existam cerca de 70 funcionários na cidade exercendo a função.
Já em Cascavel, são cerca de 130 funcionários. Peres Dusi, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Concessionárias de Energia Elétrica de Fontes Hídricas, Térmicas ou Alternativas de Cascavel (Siemcel), critica suposta pressão por parte da empresa. Porém, uma conversa com os responsáveis da companhia na cidade teria amenizado a situação. ''Nós conversamos com um superintendente e ele nos disse que esta centralização vai acontecer de forma natural.'' Jimi Hélio Ferreira, presidente do Sindicato dos Trabalhadores nas Empresas Concessionárias de Energia Elétrica de Fontes Hídricas, Térmicas ou Alternativas de Ponta Grossa (Sinel), comenta que durante as negociações de salário que acontecem anualmente, a Copel preferiu não conversar sobre a centralização. '' Mas até agora não tivemos nenhuma denúncia contra a Copel no que diz respeito a este assunto'', relata ele.
Copel
A assessoria de imprensa da Copel confirma que o processo de centralização do serviço de call center da companhia está acontecendo. A ideia é realocar o pessoal na mesma cidade e, quem quiser continuar no mesmo setor, será transferido para Curitiba.
Em relação a não possuir o número de vagas exato para este remanejamento, a Copel explica que o plano não será desenvolvido a curto prazo. A empresa comenta ainda que ''tem consciência que está lidando com pessoas, que não está nos planos a demissão dos funcionários e que a diretoria está aberta para os esclarecimentos necessários''.