O G7, grupo formado pelas maiores instituições do setor produtivo do Paraná, entregou ao governador Ratinho Júnior e ao chefe da Casa Civil, Guto Silva, uma proposta de retomada das atividades econômicas no Estado. Temendo um impacto muito grande na saúde financeira das empresas em razão do isolamento social imposto pela crise do coronavírus, o grupo técnico solicitou ao governo do Estado que flexibilize as normas de restrição.

Do grupo fazem parte Fecomércio PR (Federação do Comércio, Bens, Serviços e Turismo do Paraná), Faep (Federação da Agricultura do Estado do Paraná), Fiep (Federação das Indústrias do Estado do Paraná), Fecoopar (Federação e Organização das Cooperativas do Estado do Paraná), Faciap (Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná, Fetranspar (Federação das Empresas de Transporte de Cargas do Estado do Paraná) e ACP (Associação Comercial do Paraná).

Para diminuir a circulação do novo coronavírus e tentar reduzir o contágio, um decreto publicado pelo governador no último dia 21 de março listou as atividades essenciais que deveriam ser mantidas durante o período de isolamento social e muitos municípios determinaram o fechamento do comércio varejista e de outros setores que poderiam promover a aglomeração de pessoas. Entre os estabelecimentos que tiveram de fechar as portas, estão o comércio de rua, shopping centers, prestadores de serviço, bares, restaurantes, bancos e casas lotéricas. O pedido do G7 é que nos próximos dias esses estabelecimentos voltem a funcionar gradualmente.

O grupo ressalta que a proposta está embasada em critérios técnicos e científicos, fundamentadas em especialistas das áreas de saúde e economia e sugere que seja avaliado o caso específico de cada município ou região, assim como a estrutura de saúde, e afirma que a responsabilidade pelo retorno das atividades econômicas seja compartilhada entre cidadãos, empresários e governos.

A reivindicação é de que não haja qualquer restrição para o retorno das atividades nos municípios com até 50 mil habitantes e que não tenham casos diagnosticados de Covid-19. A proposta é de retorno gradual em quatro fases com duração ainda a ser definida, podendo avançar ou regredir de acordo com os indicadores de saúde. Permaneceriam vedadas as reuniões e eventos públicos ou privados, celebrações de casamentos, seminários e congressos, espaços de cultura, lazer e turismo, academias, estabelecimentos de ensino, comércio ambulante e festas e reuniões em áreas fechadas de condomínios.

Imagem ilustrativa da imagem Setor produtivo do Paraná pede retomada de atividades econômicas
| Foto: Geraldo Bubiniak/AEN

O chefe da Casa Civil, Guto Silva, confirmou ter recebido o documento no dia 2 de abril, disse ter encaminhado às solicitações para “avaliação profunda” das secretarias de Saúde e da Fazenda, mas adiantou que antes de terça-feira (14) não haverá uma resposta e que as questões sanitárias devem se sobrepor às econômicas. "Precisamos buscar um equilíbrio entre a saúde e a economia, mas primeiro é a vida e a capacidade do nosso sistema de saúde de recepcionar os pacientes”, disse.

Silva disse entender que os riscos de se reabrir o comércio varejista em uma cidade de 20 mil habitantes é diferente de uma metrópole, onde grande parte da população utiliza o transporte público para se deslocar. “Nós temos o pico (da Covid-19) previsto para 15 de maio. É um caminhar longo, difícil, exige sacrifício do setor produtivo e do comércio. Avaliamos toda semana a curva da saúde e a estrutura do sistema. Não queremos abrir muito e depois, em 15 dias, ter de fazer uma quarentena", declarou. “Para nós seria confortável abrir o comércio para equilibrar as finanças, mas quando confrontamos os números da saúde, percebemos que pode colapsar o sistema.”

A reportagem tentou contato com o presidente da Fecomércio PR, Darci Piana, coordenador do G7, mas ele não foi localizado até o fechamento desta edição.