De acordo com dados divulgados pela entidade que representa as agências de viagens corporativas no Brasil, o otimismo com a retomada do turismo e dos eventos voltados para empreendedores já deixou de ser apenas uma vontade para se materializar em faturamento. A avaliação é de que o avanço na campanha de imunização contra a Covid-19 vem fazendo com que o setor de eventos corporativos esteja cada vez mais à vontade para apostar no modelo híbrido, uma solução que permite a presencialidade visando, também, a garantia de que mecanismos de combate à transmissão da Covid-19, como testes rápidos, possam ser adotados com eficiência.

Imagem ilustrativa da imagem Setor de viagens corporativas se anima com o avanço da vacinação
| Foto: Gustavo Carneiro

Conforme divulgou a Abracorp (Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas), as empresas do setor registraram crescimento de 119,6% nas vendas de agosto em comparação com o mesmo período do ano anterior, o que alcança um montante negociado de R$ 390 milhões, o que também anima o setor hoteleiro.

Conforme o Diretor de Novos Negócios da Dynamic Travel, especializada no atendimento personalizado de empreendedores e empresários em viagens corporativas, Demetrius Miguel, a maior frequência com que reuniões de negócios presencias têm sido realizadas vem demandando a adoção de estratégias de atendimento também na região Sul do País. Atualmente, a Dynamic Travel possui escritórios em São José dos Campos (SP) e no município do Rio de Janeiro, além do head office em São Paulo.

Em entrevista à FOLHA, Miguel comentou que os diretores da agência pretendiam retornar à Região Sul apenas em meados de março de 2022. Porém, decidiram adiantar para novembro as visitas a Curitiba, Joinville (SC), Porto Alegre e Caxias do Sul (RS). O objetivo é apresentar aos clientes, parceiros e prospects novidades e a reestruturação da marca, que almeja em 2022 um crescimento superior a 35% em comparação com o período anterior à pandemia.

"É óbvio que algumas empresas estão aderindo ao home-office. Mas o que muitos dos clientes que tivemos a oportunidade de conversar (dizem), um posicionamento unânime mesmo, é que ninguém mais aguenta ficar conversando com uma tela de computador. Está todo mundo querendo ver gente", avaliou, após mencionar, também, que espaços para reuniões comerciais estão cada vez mais concorridos.

NEGOCIAÇÃO

Em meio à exaustão com o modelo de reuniões remotas, entram em cena as oportunidades para a rede hoteleira, especialmente àquelas que chegam ao final de 2021 com "fôlego" para ofertarem pacotes personalizados. Ainda segundo a Abracorp, redes de hotéis que ligadas à associção registraram 68% de recuperação econômica no mesmo período, provendo iniciativas e aceitando sugestões das agências para que seus clientes possam comprar melhor.

"Um exemplo disso é fazer a avaliação da antecedência com a qual ele se programa para sua viagem corporativa, estudar se hoje ele tem uma política de direcionamento, centralização de fornecedores preferenciais, por exemplo, no caso de hospedagem. Tem empresas que vão para determinada cidade e utilizam 15, 20 hotéis diferentes. Viemos com uma proposta de centralização para termos um poder de negociação e que vá trazer incentivos, redução de custo e entrega", explicou Miguel.

LONDRINA

O presidente da Codel (Instituto de Desenvolvimento de Londrina), Bruno Ubiratan avalia que a cidade já possui uma vocação para o turismo de comércio, o que inclui moradores da região e também de outros municípios. "As pessoas vêm comprar aqui na nossa cidade", lembrou, antes de mencionar que um dos focos do Poder Público municipal para atração de visitantes será a festa de Natal deste ano.

"Estamos equipando a cidade, temos a revitalização do Parque Arthur Thomas que está em fase final de projeto. E outros equipamentos que fazem as pessoas virem para a cidade", avaliou.

De acordo com a nova diretora do Londrina Convention Bureau, a empresária Herika Galli, a rede de hotéis busca retomar as contratações para o atendimento da nova demanda. "Praticamente todos os hotéis estão voltando a contratar recepcionistas, manobristas e camareiras", afirmou, o que representaria crescimento de até 20% no quadro de trabalhadores.

Questionada, Galli reconheceu que o próximo passo é atuar em lado da Secretaria Municipal do Trabalho, Emprego e Renda na qualificação desta mão de obra. "Tem sido um desafio. É algo que queremos para poder atender quem vem de fora”, afirmou.

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