O Ministério de Minas e Energia disse não haver necessidade de implementação do horário de verão no Brasil.Em nota, a pasta informou que no momento está descartada a possibilidade. O horário de verão que costumava vigorar entre outubro e fevereiro em parte dos estados, foi extinto em abril de 2019, no primeiro ano de mandato do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

"Em virtude do planejamento seguro implantado pelo ministério desde os primeiros meses do governo, os dados não apontam, até o momento, para nenhuma necessidade de implementação do Horário de Verão", diz a nota do MME.

No entanto, o retorno do horário diferenciado é defendido por alguns segmentos do setor produtivo, como turismo, principalmente por bares e restaurantes. O presidente da Feturismo - Federação das Empresas de Hospedagem, Gastronomia, Entretenimento, Lazer e Similares do Estado do Paraná, Fábio Bento Aguayo, segue em campanha pelo retorno do horário de verão. "Desde que o presidente Lula fez a enquete, estamos no aguardo de uma resposta pela retomada do horário de verão. Porém, tradicionalmente o início se dava em outubro".

No ano passado, logo após ser eleito, o presidente Lula utilizou as redes sociais para questionar a população sobre a volta do mecanismo. Ele abriu uma enquete e perguntou: "O que vocês acham da volta do horário de verão?" O "sim" teve 66,2% dos votos na enquete do presidente, contra 33,8% de pessoas contrárias ao horário de verão e que votaram "não".

De ofício em ofício, os pedidos são renovados. "Não se trata apenas de uma necessidade de um ou mais setores da economia, mas de uma conscientização global na qual o Brasil quer estar inserido", fundamenta Aguayo. Dentre os documentos que confirmam a campanha, estão os encaminhados ao gabinete da presidência da república, para o Ministério de Minas e Energias e para o de Meio Ambiente.

Todos enfatizam a reafirmação e apelo pelo retorno do horário de verão. Aguayo reflete que as atividades abarcadas pela Federação por ele presidida ainda não estão em sua plenitude em - dados os reflexos da pandemia. "Ainda sofremos com a escassez de mão de obra, pois muitos precisaram migrar para outras áreas e até atuam de maneira informal e ainda há a retração da economia que nesse segmento tem uma movimentação de 15 dias e o restante do período é ocioso", afirma.

Um dos pontos destacados pela federação é em relação ao exemplo do Paraguai. “Que seja adotado, como faz o nosso parceiro Paraguai, país que divide administração na Itaipu e que continua adotando como forma estratégica a medida de adiantar os relógios, por isso, da necessidade do Horário de verão voltar".

Abrasel

A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) afirma que a mudança no horário também traria impactos positivos na economia por movimentar e estimular o consumo em lojas, bares e restaurantes, por exemplo.

“O retorno do horário de verão proporcionaria mais tempo de luz natural durante os dias, o que favorece o consumo e a frequência de clientes nos estabelecimentos, além de trazer mais movimento e segurança às cidades de um modo geral. Além disso, seria favorável para todo o país, afinal, contribui para a economia de energia e reduz custos operacionais nas empresas, mesmo que não estejamos no momento com risco de desabastecimento”, afirma Paulo Solmucci, presidente da Abrasel.

Ainda segundo o presidente da Abrasel, com o “ganho” de duas horas a mais de movimento, há estimativa de que os bares e restaurantes tenham um aumento de 15% a 20% no faturamento, uma vez que o horário de verão provoca uma mudança no comportamento do consumidor, de forma que os setores do turismo e comércio sejam mais beneficiados.(Com Agências)