RIO DE JANEIRO, RJ, E SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS) - Pela primeira vez desde o final de 2016, o setor de serviços registrou retração, de acordo com dados do PIB (Produto Interno Bruto) divulgados nesta sexta-feira (29) pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).

O setor de serviços, que responde por cerca de 70% do valor adicionado ao PIB, registrou queda de 1,6% na comparação com o trimestre anterior. Foi a maior retração desde a queda de 2,3% no quarto trimestre de 2008.

Nesse setor, têm peso relevante as atividades imobiliárias, o comércio, o setor público e as 12 atividades que compõem o grupo outros serviços, como alojamento, alimentação, educação e saúde privados, cultura e esporte.

"Isso é natural devido ao fechamento de várias atividades de serviços, como serviços dedicados à família, cabeleireiros, restaurantes...", disse a coordenadora de Contas Nacionais do IBGE, Rebeca Palis.

A queda dos serviços, ressaltou Palis, contribuiu para a queda de 2% no consumo das famílias no primeiro trimestre, a maior desde 2001, já que os serviços tem peso relevante nos gastos dos brasileiros.

Houve grande queda nas atividades de Outros serviços (-4,2%), Transporte, armazenagem e correio (-2,4%) e Informação e comunicação (-1,9%). O comércio teve queda de 0,8%.

A indústria brasileira, segundo maior setor, encolheu 1,4% no período. Uma das subdivisões da indústria, o setor da construção, caiu 2,4% no período. A indústria extrativa teve queda de 3,2% e a de transformação, de 1,4%.

Na indústria da transformação, os principais destaques negativos foram dados pelos setores automobilístico, de artigos de vestuário e de outros equipamentos de transporte.

A agropecuária, por outro lado, cresceu 0,6% no trimestre, impulsionada principalmente pela safra da soja, que deve ser recorde.